O processo de industrialização e a produção de peças para o primeiro A321XLR estão em andamento nas instalações da Airbus e de seus fornecedores. Em comunicado, o grupo europeu diz que está “abrindo o caminho” para a iniciar em 2021 a montagem dos principais componentes das asas e das seções dianteira, central e traseira da fuselagem.
“A produção de componentes para a primeira aeronave de teste de voo A321XLR está progredindo através de fábricas em todo o mundo, desde componentes grandes e pequenos, bem como sistemas” disse Gary O’Donnell, diretor do Programa A321XLR. “Paralelamente, muitas peças já estão sendo testadas e demonstradas, tanto na estrutura da aeronave quanto no lado dos sistemas, para validar a funcionalidade de todos os primeiros componentes da aeronave.”
O’Donnell ainda acrescentou: “O sistema de produção em particular agora está ganhando vida, com nossas equipes recebendo os desenhos de design da Airbus e dos principais parceiros de risco e trazendo-os à realidade física. Esse progresso já está permitindo que as fábricas da Airbus em toda a Europa e no Reino Unido preparem suas operações ‘piloto’ para a fase de montagem de componentes principais que começará no final deste ano e, por sua vez, para a introdução subsequente da primeira montagem de componentes principais concluída na fase final da linha de montagem em Hamburgo na segunda metade do ano.”
Embora todas as seções principais do A321XLR contenham mudanças de design significativas comparado com a aeronave base do projeto, o A321neo, a porção central da fuselagem tem detalhes ainda mais distintos. É nesta parte que está o segredo para a fórmula de grande autonomia da aeronave, que será equipada com um tanque de combustível central-traseiro totalmente novo.
Avião com números impressionantes
O A321XLR é uma aeronave comercial que pode estabeler novos parâmetros no segmento dos jatos de corredor único. Segundo a Airbus, ele será capaz de voar sem escalas por 4.700 milhas náuticas, ou 8.700 km, 15% mais do que o A321LR, variante atual do birreator que dispõe do maior alcance.
Esse desempenho significa em tese poder voar de São Paulo ou Rio de Janeiro para Nova York (7.700 km), Lisboa (7.900 km) e até Madri (8.400 km) sem paradas de reabastecimento. E o principal, com uma economia de combustível de 30% em relação antigos jatos desse porte, de acordo com a Airbus, que obviamente se referia ao Boeing 757.
A mágica para transformar o A321 em um jato capaz de operar em rotas antes exclusivas de widebodies e trirreatores e quadrirreatores está na inserção de um tanque extra de combustível na parte traseira da fuselagem que ampliou seu alcance em quase 1.300 km. Além disso, a Airbus buscou manter algumas características da versão LR como otimizar os flapes do bordo de ataque para oferecer o mesmo desempenho de decolagem e potência.
O novo tanque elevou o peso máximo de decolagem para 101 toneladas, um pouco menos do que se previa. Para suportar o peso extra, a Airbus reforçará o trem de pouso do jato. Outra novidade do A321XLR é receber a cabine Airspace, que estreou no A330neo.
A capacidade máxima de passageiros do A321XLR é de 244 assentos em classe única, porém, ele deverá transportar cerca de 200 passageiros em voos intercontinentais com classe mista. A Airbus ainda não programou uma data para o voo inaugural do modelo.
Até o momento, 24 clientes encomendaram mais de 450 unidades do A321XLR, fazendo do novo produto da Airbus um dos mais concorridos do mercado.
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