A Airbus testou um novo sistema de carregamento próprio para transportar cargas militares grandes com sua frota de Belugas A300-600ST. O desenvolvimento acelerado foi feito em apenas um ano e meio e tenta fazer frente ao Antonov An-124, que é o mais usado para estes tipos de transporte, mas está com disponibilidade reduzida no mundo inteiro devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
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O carregamento é um dos pontos fracos do Beluga, cujo deck de carga está a uma altura de 5,5 metros. Isso exige que os aeroportos tenham um sistema próprio de guindastes para carregar o Beluga. Já o Antonov pode “ajoelhar” e ser carregado por meio de uma rampa, trilhos e motores internos, sem a necessidade de muitos equipamentos de terra.
No teste, a Airbus usou um sistema próprio de içamento, que elimina a necessidade de guindastes, para carregar um Sikorsky CH-53 das Forças Armadas da Alemanha.
Segundo a empresa, o novo sistema exige menos desmontagem e carregamento mais rápido. No caso do CH-53, os preparativos levaram uma hora e meia, enquanto o processo de carregamento tomou cerca de uma hora.
“A demanda por capacidade de carga aérea desproporcional está aumentando. A capacidade é escassa e, à luz dos desenvolvimentos geopolíticos atuais, muitos clientes procuram soluções novas, rápidas e eficientes”, afirmou em nota Michael Schoellhorn, CEO da Airbus Defense and Space.
O novo sistema pode carregar unidades de carga com até 35 toneladas e pode ser realocado até o destino final da aeronave. A frota de cinco Belugas de primeira geração foi colocada à disposição de terceiros para o transporte de cargas de dimensões grandes no começo deste ano.
Para carregar peças de seus aviões entre suas fábricas pelo mundo, a Airbus usa agora a nova geração Beluga XL, baseada na plataforma do A330-200, que é maior e mais eficiente que os Beluga ST.
Grande parte dos Antonov An-124 são operados por empresas russas e não podem prestar serviços a grandes multinacionais devido às sanções internacionais impostas à Rússia, após a invasão à Ucrânia. A Rolls-Royce já admitiu negociar com a Airbus o transporte de motores com os BelugaST.
No entanto, o novo sistema ainda não coloca o Beluga ST lado a lado do Antonov, que é mais potente e pode levar muito mais carga. Confira a nossa comparação entre os dois gigantes.