A Airbus comemorou na última sexta-feira (29/11) a produção da centésima aeronave da família A220 em uma cerimônia realizada na fábrica em Mirabel, no Canadá. O avião em questão é um A220-300 configurado com 149 assentos encomendado pela companhia aérea airBaltic, da Letônia.
Projetado para atuar no segmento de aeronaves de 100 a 150 assentos, o A220 foi introduzido no mercado em 2016 originalmente como Bombardier CSeries. Dois anos depois, a Airbus assumiu o controle majoritário do programa desenvolvido pela fabricante canadense e rebatizou a série com o nome atual.
Sob administração da Airbus, as vendas do A220 mais que dobraram. Até o final de outubro, a aeronave já havia recebido 530 pedidos firmes de mais de 20 clientes em todo o mundo. É uma situação bem diferente de quando o programa era controlado pela Bombardier, que era constantemente questionada sobre o futuro das aeronaves e a dificuldade para conseguir clientes.
Hoje trilhando um caminho promissor, o A220 é produzido na linha de montagem final da Airbus em Mirabel, incluída na aquisição do programa CSeries em 2018, e também em Mobile, nos EUA, unidade que é focada em atender clientes americanos.
O primeiro A220 do mundo foi entregue em junho de 2016 à SWISS, o operador de lançamento do A220-100, o menor modelo da série. Por sua vez, o A220-300 estreou em 28 de novembro de 2016 com a airBaltic, o primeiro cliente europeu do jato ex-Bombardier. A empresa da Letônia encomendou um total de 50 aeronaves, das quais 20 unidades já foram entregues.
Ríval do Embraer E2
O Airbus A220 é atualmente o principal concorrente da família E2 da Embraer no segmento de aviação regional. O modelo europeu-canadense, porém, hoje tem uma larga vantagem no mercado em relação aos novos jatos fabricados no Brasil.
Enquanto os modelos da família A220 somam mais de 500 encomendas e quase 100 exemplares em serviço, o E2 ainda não embalou no mercado e tem pouco mais de 10 unidades entregues desde sua introdução, em abril de 2018.
Segundo o balanço comercial divulgado pela Embraer no final do terceiro trimestre deste ano, a carteira de pedidos pelos jatos de nova geração inclui apenas 168 aeronaves (124 modelos E195-E2, 44 E190 e nenhum pedido firme pelo E175-E2).
A exemplo do que ocorreu com o A220, cujas encomendas dispararam após a Airbus assumir o programa da Bombardier, há um consenso geral de que as vendas do E2 devem aumentar assim que a Boeing incorporar a divisão de aviação comercial da Embraer.
A oficialização da parceria entre as duas fabricantes ainda precisa ser aprovada pela União Europeia, que investiga os impactos que a fusão pode causar no mercado de aeronaves de um corredor. A expectativa é que o acordo seja concluído em março de 2020.
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