O novo cargueiro de uso exclusivo do Airbus, o BelugaXL, entrou na fase final de produção. A aeronave com estrutura completa foi apresentada nessa segunda-feira (8) na fábrica do grupo europeu em Toulouse, na França. Quando estiver operacional, a frota de cargueiros será utilizada para transportar grandes componentes de aviões da fabricante entre os locais de produção da empresa e suas linhas de montagem final na França, Alemanha e Espanha.
“Temos o A330 como base (para o BelugaXL)”, disse Bertrand George, chefe do programa de desenvolvimento do Airbus BelugaXL. “Muitas mudanças foram projetadas com sucesso, introduzida na aeronave e testadas. Transformar um produto existente em um super transportador não é uma tarefa simples”, completou.
Segundo a fabricante, o primeiro do BelugaXL está programado para acontecer neste ano. “Toda a equipe está realmente ansiosa para ver seu primeiro voo e, claro, ver seu sorriso ao vivo”, disse George, referindo-se ao sorriso que será pintado no “rosto” da aeronave, desenho escolhido após uma votação entre os funcionários da Airbus no início de 2017.
Antes do voo inaugural, o BelugaXL será submetido a uma bateria de testes durante um mês após a instalação de seus dois motores a jato. “Vamos realizar testes de bancada em Toulouse e Hamburgo, na Alemanha, avaliando nossos sistemas em simuladores de voo e em laboratórios”, afirmou o chefe do programa.
A Airbus também já iniciou a montagem do segundo BelugaXL. Como apontou George, com as lições aprendidas com a produção do primeiro cargueiro de nova geração, espera-se que o tempo de montagem da segunda unidade seja encurtado em cerca de dois meses. Ao todo, a fabricante planeja construir seis exemplares do exótico cargueiro.
Super-transportador
O programa BelugaXL foi lançado em novembro de 2014 para atender aos novos requisitos de transporte logístico da Airbus. O novo modelo tem seis metros a mais de comprimento, é um metro mais largo e capaz de transportar mais seis toneladas comparado ao BelugaST, cargueiro baseado no antigo A300 que vem sendo peça fundamental da cadeia de produção do grupo Airbus desde 1995.
Um dos requisitos que o projeto do BelugaXL precisa atender é a capacidade de transportar as duas asas do A350 de um só vez, em vez de uma única seção, como acontece atualmente com o BelugaST. A Airbus conta atualmente com cinco cargueiros desse tipo, que serão substituídos a partir de 2019 com a chegada do novo modelo.
Antes de voar com o BelugaST, a Airbus cumpria essas mesmas operações com uma frota de Super Guppy, cargueiro quadrimotor turbo-hélice desenvolvido pela Boeing na década de 1960. Com o desenvolvimento de aeronaves com portes cada vez maiores, um cargueiro de maior capacidade foi necessário, situação que volta a se repetir com a exigência do BelugaXL.
Veja mais: Airbus apresenta novo A321 ACF, capaz de transportar 240 passageiros