A Airbus anunciou nesta sexta-feira (2) que sua divisão A³ (pronuncia-se A-Cubed) realizou com sucesso o voo inaugural com a aeronave elétrica e autônoma Vahana em escala real. O primeiro teste, realizado sem tripulante, durou 53 segundos e o veículo alcançou cinco metros de altura. O ensaio foi realizado em Pendleton, no estado do Oregon, nos Estados Unidos, em 31 de janeiro, e no dia seguinte o aparelho realizou mais um voo semelhante.
O Vahana é proposto para operar como um táxi-aéreo autônomo, tendência que vem ganhando cada vez mais força como solução para driblar os congestionamentos de automóveis em grandes centros urbanos. O veículo da Airbus é projetado para transportar apenas um passageiro e sua chegada ao mercado, se conseguir provar sua viabilidade, é esperada para meados de 2020.
“Estamos comemorando hoje uma grande conquista na inovação aeroespacial. Em pouco menos de dois anos, o Vahana passou de um esboço feito em um guardanapo para uma aeronava autônoma que completou com sucesso seu primeiro voo”, disse Zach Lovering, diretor da A³ responsável pelo projeto.
O Vahana é impulsionado por oito motores elétricos montados em asas basculantes. Essa característica permite ao veículo pousar e decolar na vertical, como um helicóptero, e, ao mudar a posição das asas e dos propulsores, o aparelho assume o voo vertical, como um avião.
Transporte aéreo democrático
A A³ diz que um dos objetivos do Vahana é “democratizar” o transporte aéreo e por isso trabalha para criar um veículo com baixo de custo operacional. De acordo com os desenvolvedores do projeto, os gastos com energia elétrica para recarregar as baterias do aparelho é estimado em apenas US$ 1,24 (cerca de R$ 4) por quilômetro percorrido – a autonomia do Vahana é estimada em cerca de 50 km.
O Vahana ainda precisa obedecer e provar uma série de critérios de segurança para conseguir uma eventual certificação para uso comercial, algo que também depende de mudanças nas legislações aeronáuticas, afinal é um meio de transporte aéreo totalmente novo.
A Airbus espera garantir um voo seguro com o aparelho utilizando uma combinação de sensores, câmeras e GPS para acompanhar todo o trajeto da aeronave e enviar informações para o sistema de controle autônomo. Em caso de pane total, o último recurso de segurança do Vahana é um paraquedas balístico, recurso já usado aviões de pequeno porte.
Após os primeiros voos de teste com o Vahana, a equipe divulgou que passará para a fase de testes adicionais, incluindo transições para o voo vertical.
Fundada pela Airbus em 2015, a divisão A³ fica baseada no Vale do Silício, nos EUA, região que hoje é um importante polo de desenvolvimento de novas tecnologias em diversos campos.
Além do projeto da A³, a própria Airbus também está desenvolvendo seu táxi-aéreo autônomo, o CityAirbus. Esse outro modelo, porém, é bem maior, com capacidade para até quatro passageiros. Outros nomes que estudam a viabilidade dessa tecnologia é o Uber, com auxílio da Embraer, e a ainda desconhecida E-Volo, da Alemanha, que testou no ano passado um veículo desse tipo em Dubai.