Quase dois anos após criar a Airbus Beluga Transport (AiBT), a Airbus obteve o Certificado de Operador Aéreo (AOC) da empresa cargueira.
O marco é importante já que permite que a AiBT possa realizar voos comerciais para terceiros com sua frota de cinco jatos BelugaST.
Baseado no A300-600, o BelugaST pode transportar cargas de grande volume por conta da enorme volume interno, desenvolvido para acomodar fuselagens e asas.
A Airbus, no entanto, substituiu o BelugaST pelo BelugaXL, que é baseado no A330-200 e possui maior capacidade de carga e alcance.
Com os cinco jatos em segundo plano, a empresa resolveu aproveitar suas características singulares para oferecer um serviço para terceiros, aproveitando um mercado onde cargueiros da Antonov se destacam.
Desafio logístico
A AiBT possui por enquanto três dos cinco BelugaST, que têm sido usados no transporte de peças da Airbus em voos de curta distância, além de outras missões no grupo como a visita ao Brasil em julho de 2022 para entregar um helicóptero.
“Até agora entregamos cargas úteis principalmente para Airbus Helicopters e Airbus Defence and Space em 2022/2023 e vamos expandir nossa base de clientes em 2024”, disse Benoît Lemonnier, diretor administrativo da AiBT.
“Mais tarde, em 2024, também planejamos acelerar o que chamamos de ‘voos externos’, geralmente missões de longo curso”, acrescentou Benoît. “Queremos realizar três missões desse tipo por mês em 2024 – além das missões existentes com o BelugaST em toda a Europa em apoio ao serviço da ATI para o sistema de produção da Airbus”.
Para isso, um quarto jato deverá ser incorporado ainda em 2024. A nova transportadora também está investindo na contrataçao de mais pilotos, do qual pretende contar com 36 tripulantes até 2026.
Além disso, a Airbus Beluga Transport está desenvolvendo técnicas para o manuseio e transporte de vários tipos de cargas especiais. Vale notar que o convés de carga da aeronave é bastante elevado, exigindo grande coordenaçãos das equipes de terra.
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Por suas características peculiares, os voos de Beluga podem ocorrer a apenas 20.000 pés (6.100 m) quando carregado com helicópteros ou 35.000 pés (10.700 m) quando leva satélites a bordo.
A razão é que o compartimento de carga não é pressurizado e aeronaves de asas rotativas não podem ser expostas a altitudes elevadas, ao contrário de artefatos espaciais, que foram projetadas para operar no vácuo do espaço.