Empolgada com o sucesso inicial do A321XLR, a Airbus está confiante de que as vendas do jato A321XLR devem ultrapassar facilmente a marca de 1.000 unidades na próxima década.
Versão de longo alcance do A321neo, a versão XLR foi lançada no Paris Air Show em junho do ano passado e em pouco tempo acumulou mais de 450 pedidos firmes de 24 clientes no mundo todo. Segundo a Airbus, a montagem da primeira aeronave deve ser concluída em 2021 e a entrada em serviço é programada para meados de 2023.
Falando durante a abertura do Singapore Air Show, Francois Caudron, vice-presidente de marketing da Airbus, disse ao Flight Global que as centenas de pedidos pelo A321XLR é “apenas o começo”.
“Não ficaria surpreso ao ver mais de 1.000 XLRs sendo vendidos, porque isso (a nova versão do A321) está mudando a maneira como as companhias aéreas vão operar”, aposta Caudron.
O executivo da Airbus acrescentou que sua previsão pode ser alcançada “com segurança nos próximos 10 anos”, mas reconheceu que parte dos pedidos podem vir da conversão de encomendas atuais de A321neo para a nova versão.
Caudron diz que o XLR já está se popularizando na região Ásia-Pacífico, onde há cinco empresas na fila para receber o novo jato: AirAsia, Cebu Pacific, Qantas Group e VietJet Air. “O mundo e as companhias aéreas estão apenas acordando com a capacidade da aeronave”, acrescentou.
Sensação no mercado
A razão de tanto sucesso do A321XLR é óbvia. Que companhia aérea não se interessaria por um jato comercial capaz de transportar até 240 passageiros, algo que até pouco tempo atrás apenas widebodies conseguiam, e o mais fabuloso, voar sem escalas por até 8.700 km (4.700 milhas náuticas) com um custo por assento 30% inferior ao de aviões mais antigos?
Para chegar ao XLR a Airbus precisou criar antes o A321LR, versão que hoje é usada por companhias como a TAP e que permite voos transoceânicos para destinos como Nova York ou o Nordeste do Brasil. O segredo nesse caso foi trocar dois tanques extras traseiros por um tanque central maior e que, no A321XLR ganhará a companhia de outro compartimento dianteiro.
Curiosamente, as modificações necessárias para criar o A321XLR soam simples: a Airbus diz que reforçará o trem de pouso para dar conta do peso de decolagem maior, fará modificações nos flapes internos para melhorar o controle em baixas velocidades e outras pequenas modificações para lidar com maiores volumes necessários de água e de depósito de lixo.
Sem concorrentes diretos, o A321XLR deve continuar a acumular pedidos mesmo com sua entrada em serviço programada somente para meados de 2023.
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