Airbus derrota Boeing e Embraer em pedido gigante da Qantas

Fabricante europeia vai fornecer jatos das famílias A320neo e A220 para a companhia aérea australiana, que também avaliava o Boeing 737 MAX e os novos jatos E2, da Embraer
Projeção do A220 com as cores da Qantas: E2 descartados (Qantas)

Embora a Airbus fosse favorita por razões explicadas no final do texto, a decisão da Qantas em escolher os jatos das famílias A320neo e A220 é um claro sinal de como Boeing e Embraer podem perder mais oportunidades no futuro como entidades separadas.

A companhia aérea australiana anunciou nesta quinta-feira (16) que os aviões da fabricante europeia foram selecionados após um longo processo de análise que incluiu também o Boeing 737 MAX e o Embraer E2.

Segundo a Qantas, o A320neo e o A220 foram considerados como “preferidos” a ser parte de um acordo que pode chegar a 134 aeronaves encomendadas num período de 10 anos ou mais.

A empresa espera fechar um pedido firme de 40 aeronaves até o final de 2022. Serão 20 A321XLR, a variante de maior autonomia do modelo, e 20 A220-300, maior e mais popular da série desenvolvida originalmente pela Bombardier.

Outras 94 aeronaves farão parte de uma opção de direito de compra e que será usada para substituir os 737-800 e 717 atualmente em operação até 2034.

O pedido é uma adição a um acordo já existente da JetStar, sua subsidiária, que inclui mais de 100 A320neo. A combinação dos dois pedidos deve elevar as entregas para 299 aeronaves da Airbus.

O A321XLR fez mais uma “vítima” ao derrotar o 737 MAX (Qantas)

A companhia australiana não citou outras versões do A320neo, mas considera incluir o A220-100 em seus futuros pedidos. A versão de menor capacidade não tem tido uma boa aceitação no mercado, ao contrário do A220-300.

“A proposta da Airbus teve a vantagem adicional de fornecer flexibilidade contínua dentro do pedido, o que significa que podemos continuar a escolher entre todas as famílias A320neo e A220, dependendo de nossas necessidades de alterações nos próximos anos. A capacidade de combinar o pedido da Jetstar e da Qantas para o A320 também foi um fator importante”, explicou Alan Joyce, CEO do Qantas Group.

Boeing e Embraer, separadas

Pois bem, eis aí a temida atração do “pacote” Airbus de aeronaves comerciais. Como dissemos, embora a existência do pedido da JetStar facilitasse o caminho para a gigante europeia, fato é que a Boeing e muito menos a Embraer têm poder de barganha capaz de equiparar-se à sua rival comum.

O E195-E2: está difícil enfrentar a Airbus e seus pacotes vantajosos (Matti Blume)

Para agravar o quadro, a família A320neo tem se sobrepujado perante o 737 MAX enquanto o A220 parece oferecer vantagens que os jatos E2 da Embraer não conseguem acompanhar, como por exemplo o enorme alcance, além do espaço interno superior.

Diante de futuras concorrências semelhantes, não será surpresa se a Airbus levar a maior parte delas. O que faz pensar em como teria sido essa disputa caso a Boeing não tivesse abandonado a joint venture com a Embraer em 2020.

Talvez não fosse suficiente para mudar o resultado, mas certamente a Qantas teria quebrado mais a cabeça na hora de bater o martelo.

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  1. A questão toda é a força econômica da Airbus… não é produto melhor!! Certamente tem vantagens que a Embraer por exemplo não consegue dar!!

  2. Eu acho que, em rotas mais curtas, os E2 são mais eficientes (é uma suposição) por serem mais leves mas acredito que as empresas estejam focando em levar mais passageiros mesmo que gaste mais combustível devido ao peso maior dos antigos C Series, reduzindo o custo por assento. Quanto ao outro mercado, acho que um 757 com novas asas e motores para bater de frente (ou uma nova aeronave para superar com folga) com o A321 xlr. Nas rotas curtas, devido ao peso menor, acho que os 737 Max são bem competitivos.

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