Airbus e Boeing decepcionaram em entregas de aviões comerciais em outubro

Fabricante dos EUA entregou apenas 14 jatos em meio à greve enquanto sua rival europeia empatou em aeronaves entregues com 2023
Airbus e Boeing (Divulgação)
Airbus e Boeing (Divulgação)

Outubro não foi um mês para ser comemorado por Airbus muito menos pela Boeing. As duas fabricantes de aeronaves comerciais tiveram entregas abaixo do esperado, prejudicando seus números de 2024.

A companhia europeia até conseguiu entregar mais aviões que em setembro, um total de 62 jatos, porém, nove unidades a menos que em outubro de 2023.

Em virtude disso, a Airbus tem 559 aviões entregues em 10 meses, exatamente o mesmo total de 2023.

Família A320 bem atrás da meta

O resultado mina os planos da empresa de chegar ao final do ano com 770 entregas, uma meta que já havia sido revista para baixo.

Airbus zerada: mesmo número de aviões entregues que em 2023
Airbus zerada: mesmo número de aviões entregues que em 2023

Entre os aviões de fuselagem estreita, o crescimento até aqui é discreto, com cinco aviões a mais do que em 2023. A família A220 entregou 53 aviões (contra 50 no ano passado) e a A320, 444 aeronaves (duas a mais).

Os widebodies tiveram uma queda de cinco aviões, sobretudo pelo número mais baixo de entregas do A350 (62 contra 67 jatos). Apenas o A330 cresce, mas com um avião extra somente.

Enquanto o A321neo até sobe, o A320neo perde espaço
Enquanto o A321neo até sobe, o A320neo perde espaço

Responsável por três em cada quatro jatos entregues pela Airbus, a família A320 tem abalado as metas da companhia já que enquanto o A321neo tem uma expansão tímida, o A320neo teve até aqui dez entregas a menos que no ano passado.

A culpa, como se sabe, é da cadeia de suprimentos, ainda abalada pela pandemia. Os motores turbofans estão entre os componentes que mais impactam as fabricantes de aeronaves e isso parece que só se resolverá a longo prazo.

A Boeing aprofunda a queda nas entregas
A Boeing aprofunda a queda nas entregas

Preço da greve chegou na Boeing

Após um setembro relativamente bom, a Boeing sentiu na pele o impacto da greve nas fábricas de Everett e Renton, onde são feitos o 737, 767 e 777.

Foram entregues em outubro apenas 14 aeronaves, sendo quatro delas do 787 Dreamliner, que é montado na Carolina do Sul, unidade não afetada pela paralisação.

O Boeing 737, seu avião mais vendido, teve apenas nove aeronaves enviadas aos clientes, pior resultado do ano. Nos 10 meses de 2024 foram apenas 234 jatos entregues, 64 a menos do em 2023.

O 737 é de longe o avião comercial mais importante da Boeing
O 737 é de longe o avião comercial mais importante da Boeing

Além deles, apenas um cargueiro 767-300F foi entregue e nenhum 777F deixou as instalações da Boeing, assim como os militares P-8 Poseidon e KC-46 Pegasus.

Como a retomada do trabalho nas fábricas da Boeing deve ser lento, os próximos meses prometem manter os números ruins para a empresa, que até aqui entregou somente 305 aeronaves ou 100 a menos que 2023.

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