Agora é oficial: o Airbus A380, maior avião de passageiros já construído, teve sua carreira comercial encerrada pela fabricante. Isso quer dizer na prática que a Airbus não vai mais oferecer o jato de dois andares no mercado e focar em seus modelos menores e mais eficientes.
Apesar disso, o A380 seguirá em produção até 2021 para atender os pedidos remanescentes. A confirmação do fim do A380 veio nesta quinta-feira (15) numa nota em que a Airbus informou que a Emirates Airline, maior cliente do modelo, decidiu reduzir sua ecomenda em 39 unidades – de 162 para 123 aviões. Com isso, a companhia aérea do Oriente Médio receberá outros 14 exemplares nos próximos dois anos.
“Como resultado desta decisão, não temos uma carteira de pedidos substancial do A380 e, portanto, nenhuma base para sustentar a produção, apesar de todos os nossos esforços de vendas com outras companhias aéreas nos últimos anos. Isso leva ao fim das entregas do A380 em 2021 ”, disse o diretor executivo da Airbus, Tom Enders.
A permanência do A380 em linha já estava ameaçada há vários anos desde que ficou claro que o imenso jato não oferecia um custo de operação vantajoso para as companhias aéreas, a despeito do numero de passageiros que era capaz de transportar. A Airbus esteve perto de encerrar sua carreira recentemente, mas uma nova encomenda da própria Emirates no ano passado permitiu que o programa fosse mantido.
No entanto, más notícias se seguiram acesse anúncio como a decisão de desmontar os primeiros A380 após a devolução de duas unidades pela Singapore Airlines, cliente lançadora da aeronave. Recentemente, a Qantas confirmou que não receberia oito unidades antes planejadas enquanto a Qatar Airways tomou uma decisão ainda mais dura ao planejar a aposentadoria dos seus dez A380 nos próximos anos.
Foi preciso, no entanto, que a Emirates repensasse sua encomenda para que a Airbus capitulasse. Dona de metade da frota do avião, o A380 tornou-se símbolo da presença global da companhia aérea, sinal de prestígio para seus destinos, tamanha sua capacidade.
“O A380 é o carro-chefe da Emirates e contribuiu para o sucesso da companhia aérea por mais de dez anos. Por mais que lamentemos a posição da companhia aérea, selecionar o A330neo e o A350 para seu crescimento futuro é um grande endosso de nossa muito competitiva família de aeronaves widebody ”, afirmou Guillaume Faury, presidente da Airbus Commercial Aircraft e futuro CEO da Airbus.
Davi contra Golias
Para substituir os pedidos do jato de dois andares, a Emirates optou por uma encomenda mista de A350-900 (30 unidades) e 40 A330-900neo, versão modernizada do birreator.
O negócio, aliás, resume perfeitamente a situação do A380. O “Golias” foi derrotado pelo “Davi” personificado pelos widebodies menores e mais eficientes como o Boeing 787 e os próprios “irmãos” do A380 como o A350 e o A330neo.
Com menor consumo de combustível e grande alcance eles viabilizaram mais rotas diretas entre cidades médias, tomando com isso parte da demanda que poderia ser atendida por aviões maiores.
“O anúncio de hoje é doloroso para nós e para as comunidades do A380 em todo o mundo. Mas, lembrem-se de que os A380 continuarão a vagar pelos céus por muitos anos e a Airbus continuará apoiando os operadores do A380”, acrescentou Tom Enders.
Talvez os remancentes quando devolvidos as empresas de leasing tornen-se grandes cargueiros, se a conversão e o custo operacional forem viáveis…
Marco andrade o a380 nao tem versao cargueira
É de se lamentar esta notícia. Faltou um motor mais eficiente para o A380 se consolidar. É inegável a eficiência dos aparelhos menores, mas o problema que o A380 se propôs a resolver tende a acontecer: o estrangulamento da capacidade de aeroportos centrais frente ao aumento de demanda. Afinal, um A380 pode levar o equivalente a 2 A330 ou 2 A350.
Vamos observar os próximos capítulos…
Daniel eu sei, veja o que escrevi: Se a conversão (ou seja, a transformação em cargueiro) e o custo operacional forem viáveis… etc.
Correção: o texto que esclareço a viabilidade da conversão em cargueiro (15/02) é em reposta ao Marcos Paulo e não ao Daniel. Abraço a todos.
O custo de operação do A380 é tão grande se comparado ao B747?
Uma pena, mas desde o princípio Boeing e Airbus sabiam que apenas uma ganharia a disputa. A empresa americana apostou em um avião menor e mais eficiente; os europeus acreditaram num gigante com maior capacidade de passageiros.
Talvez o custo de operação não seja o único fator, pois sempre existe a possibilidade de uma modernização e remotorização, a exemplo do que fizeram com a família A-320 Neo.