Passados quase cinco anos de seu voo inaugural, o Airbus A319neo finalmente foi entregue a uma companhia aérea. A China Southern Airlines anunciou nesta semana o recebimento dos dois primeiros exemplares do menor avião da família A320neo em configuração comercial. Até então, a fabricante havia despachado somente quatro unidades do jato, mas na versão executiva ACJ319neo.
Pelo Twitter, a empresa chinesa confirmou que seus A319neo terão uma “confortável” cabine de três classes, sendo quatro assentos na classe executiva, 24 na Premium Economy e 108 na econômica. A China Southern marcou a estreia comercial dos novos aviões para julho.
Ao contrário dos modelos A320neo e A321neo, que respectivamente somam 3.752 e 4.037 pedidos, o A319neo acumula apenas 70 encomendas. O principal cliente da aeronave é a companhia aérea low cost Spirit Airlines, dos Estados Unidos, com 31 aviões encomendados. No backlog da Airbus constam ainda nove jatos para operadores executivos e mais 30 unidades para clientes não divulgados. A China Southern não informa a quantidade de aeronaves encomendadas.
Embora apresente um desempenho interessante, com autonomia de 6.950 km e capacidade para 160 passageiros, o A319neo é um avião que dificilmente deve repetir o sucesso estrondoso de seus irmãos maiores. E a culpa é da própria Airbus.
O principal concorrente do A319neo é justamente outro avião da Airbus, o A220-300 (ex-Bombardier CS300). Os dois jatos têm performances muito semelhantes. O maior modelo da família A220, porém, é uma opção que oferece maior versatilidade operacional e custos inferiores em relação ao novo A319. Não à toa, a carteira de pedidos do A220 é quase 10 vezes maior (102 modelos A220-100 e 588 A220-300) que a do A319neo.
China Southern Airlines anuncia retirada do A380
Enquanto um novo avião da Airbus é introduzido na frota da China Southern Airlines, outro modelo está de despedida. A maior companhia aérea chinesa confirmou nesta quarta-feira (23) que sua frota de quadrimotores A380 será retirada de serviço até o fim deste ano. A empresa possui cinco exemplares do “Superjumbo”.
Trata-se de mais um revés na curta carreira do A380, que vem sendo desativado em ritmo acelerado desde o início da pandemia de Covid-19. O avião que saiu de linha no passado já deixou de voar com a Air France, Lufthansa e a empresa wet-lease Hy-Fly. Outros clientes da aeronave, Korean Air, Malaysia Airlines, Thai Airways, Asiana Airlines e Qatar Airways também anunciaram que vão aposentar seus aparelhos ou parte das frotas até a segunda metade desta década.
Entre as novas funções do A380 estão servir de laboratório de testes para motores movidos a hidrogênio e, quem sabe, virar um hotel, localizado ao lado da fábrica da Airbus em Toulouse, na França.