Airbus pode anunciar fim do programa A380 nesta semana

Dúvida sobre pedido da Emirates e seguidos cancelamentos de encomendas podem levar ao final da produção do maior avião de passageiros do mundo
O A380 vai completar 10 anos de operações comerciais em outubro (Airbus)
O A380 vai completar 10 anos de operações comerciais em outubro (Airbus)
A Airbus entregou 216 unidades do A380 em 10 anos (Airbus)
A Airbus entregou 234 unidades do A380 em 12 anos, número bem abaixo da expectativa da fabricante (Airbus)

A Airbus está próxima de tomar a decisão de encerrar a produção do A380. A fabricante vai divulgar na próxima quinta-feira (14) os resultados de seu desempenho comercial referente a 2018 e, segundo analistas e fontes da indústria citados pela agência Reuters, o provável fim da linha prematuro para o maior avião de passageiros do mundo.

O destino do A380 foi colocado em xeque neste mês após a companhia Emirates Airline, maior cliente da aeronave, e a Airbus confirmarem que estão renegociando os contratos de encomendas relativos ao superjumbo. Cogita-se que a empresa árabe pode alterar parte de seu pedido para aviões menores, como o A330 ou o A350. Outro revés foi o cancelamento de ordens remanescentes da Qantas Airways, da Austrália, que ainda mantinha uma encomenda por mais oito aeronaves.

A Emirates, que possui mais de 100 unidades do A380 na frota, vem reclamando insistentemente dos motores da aeronave, fornecidos pela Rolls-Royce, e que não alcançaram as metas de redução de consumo de combustível previstas anteriormente.

“O A380 é o elefante no hangar, será impossível (a Airbus) evitar dizer algo sobre o assunto (na quinta-feira)”, disse a analista Sash Tusa, consultada pela agência, e que na semana passada previu que a decisão de encerrar o deficitário programa A380 pode ser eminente.

De acordo com analistas consultados pela publicação, o A380 está no limite de sua vida comercial devido a falta de pedidos. Caso a Emirates de fato decida alterar seus pedidos, as linhas de produção do quadrimotor na França e Alemanha não sobreviverão depois de 2020.

A decisão pelo fim da produção do icônico avião de dois andares após meros 12 anos de serviço ainda precisa ser aprovada pelo conselho administrativo da Airbus, que será reunido na quarta-feira (13). A fabricante ainda não comenta sobre o assunto.

A China Southern Airlines é o único operador do A380 no mercado chinês, com cinco jatos na frota (Airbus)
A China Southern Airlines é o único operador do A380 no mercado chinês, com cinco jatos na frota (Airbus)

Elefante branco

Desde o lançamento do programa A380 no ano 2000, companhias aéreas encomendaram apenas 313 unidades (já considerando os pedidos cancelados) do “Superjumbo”, um número muito abaixo das expectativas iniciais da Airbus, que previa encomendas na casa dos quatro dígitos. Até o final de 2018, a fabricante entregou um total de 234 unidades da aeronave e 232 permanecem em operação – dois modelos que voavam com a Singapore Airlines, com 10 anos de uso, já foram desativados e estão em processo de desmantelamento.

Dos 79 modelos A380 ainda a serem entregues, 53 unidades são de pedidos da Emirates. A lista de encomendas ainda inclui compromissos com as companhias ANA e Singapore Airlines e duas empresas de leasing, Amedeo e Air Accord, que por sua vez dependem do interesse de empresas interessadas em alugá-los.

Veja mais: Hi Fly, de Portugal, é premiada pela “reintrodução” do A380 no mercado

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  1. E pensar só um faz linha fixa para o Brasil… É mesmo uma pena ver tão pouco esse passarão nos céus por aqui, um ícone da engenharia humana e que tende a ficar ainda mais raro de se ver voar…

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