Acionista majoritário no programa dos jatos Cseries da Bombardier, a Airbus tem o direito de tomar muitas decisões sobre a família de jatos canadenses, inclusive mudar seu nome. Segundo reportagem publicada pela agência Bloomberg, o grupo europeu pode rebatizar a série de aeronaves como “A200”, com as designações A210 e A230 para os atuais CS100 e CS300, respectivamente.
A publicação diz que a informação vem de fontes da Airbus que pediram para não serem identificadas. De acordo com as pessoas ouvidas pela agência, a ideia por trás da mudança de nome do CSeries é fornecer uma imagem mais confiável do produto aos potenciais compradores, relacionada a marca do grupo europeu, e sobre o futuro de longo prazo dos jatos da Bombardier.
A mudança no nome do avião pode ser anunciada logo após a Airbus completar a compra da participação de 50,1% do programa CSeries, prevista para ser concluída no primeiro semestre deste ano. A reportagem ainda cita que a aeronave deve aparecer no Farnborough Air Show, no Reino Unido, em julho deste ano, já rebatizada.
A designição “A200” partiria da prática da Airbus de nomear seus aviões com base no A300, o primeiro avião lançado pela fabricante na década de 1970. Alem disse, como ressaltou a publicação, o novo nome fornece mais opções caso a plataforma do CSeries seja usada para desenvolver novas versões da aeronave.
A aliança entre as duas fabricantes começou a ser traçada em outubro de 2017, quando foram anunciados os primeiros detalhes do acordo. O projeto também prevê produzir os jatos da Bombardier na fábrica da Airbus no Alabama, nos Estados Unidos, medida que aliviaria a taxa de importação de 300% que o CSeries, fabricado no Canadá, paga para entrar no país.
Os aviões da Bombardier foram sobretaxados nos EUA após a Boeing reclamar na Organização Mundial de Comercial (OMC) dos preços baixos da aeronave, que aproveita essa vantagem por ter sido desenvolvido e produzido com subsídios do governo canadense. Essa prática, no entanto, é considerada errada pela OMC, pois promove uma competição desleal no mercado.
Os E-Jets da Embraer são os concorrentes mais próximos em porte e desempenho dos CSeries, por isso a fabricante brasileira também já protestou na OMC conta a Bombardier, antes mesmo da ação da Boeing.
O intuito da Airbus ao adquirir parte do programa CSeries é ganhar força no segmento de aviões para 100 a 150 passageiros, onde atuam os CS100 e CS300. A Boeing também está atenta a essa categoria, tanto que vem negociando uma forma de parceria com a Embraer.
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