A Labace é a maior feira de aviação executiva da América Latina. No entanto, o evento, realizado no aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP), não tem espaço suficiente para receber a exposição de grandes jatos executivos, como as aeronaves da Airbus Corporate Jets (ACJ) derivadas dos modelos comerciais da Airbus, do jato regional A220 ao widebody A350. Mas quem compra esse tipo de avião, que pode custar algumas dezenas ou até centenas de milhões de dólares?
Em entrevista ao AIRWAY, Chadi Saade, vice-presidente comercial da ACJ, contou que a divisão trabalha com três públicos-alvo: governos, grandes corporações e clientes VIP “de alto nível”. Ou seja, não são aviões para um simples milionário. É algo mais para bilionários.
“A América Latina tem potencial para todas essas três categorias. Há governos que operam aeronaves ACJ, grandes corporações e indivíduos”, contou Saade, lembrando que o governo brasileiro é um desses clientes, com o avião presidencial baseado no Airbus A319 (VC-1A ‘Santos Dumont’, na designação da Força Aérea Brasileira).
Com uma clientela restrita, a ACJ tem números discretos de entregas de aeronaves em relação ao desempenho de marcas tradicionais da aviação executiva. Nos últimos três anos, a divisão de aviões executivos da Airbus entregou 22 aeronaves, segundo dados da General Aviation Manufactures Association (GAMA). Como comparação, a Embraer Executive Jets despachou 288 jatos no mesmo período.
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Mas o “jogo vai mudar”, como adiantou Saade, prevendo crescimento nas entregas de aeronaves executivas da Airbus nos próximos anos com a introdução do novo modelo de entrada ACJ TwoTwenty, a versão VIP do A220-100.
“O TwoTwenty abre um enorme mercado para a ACJ comparado ao passado. Ele compete com os maiores jatos executivos da Gulfstream, Bombardier e Dassault por um preço equivalente, mas com o dobro de espaço na cabine e oferecendo um custo operacional entre 20% e 30% mais baixo, afinal trata-se um avião de última geração e muito eficiente”, contou o VP comercial da ACJ, se referindo ao trio Gulfstream G800, Bombardier Global 8000 e o Dassault Falcon 8X.
Pelas contas do executivo da Airbus, existem atualmente no mundo todo 2.200 jatos executivos de grande porte em serviço, sendo 260 deles espalhados pela América Latina. “São aviões da Gulfstream, Bombardier e Dassault, que estão concentrados principalmente aqui no Brasil e no México. E cada um desses proprietários de grandes jatos é um potencial cliente para o TwoTwenty.”
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“A tendência nesse segmento é por aviões com cabines cada vez maiores. Com o passar do tempo estamos vendo isso acontecer com os produtos da Gulfstream, Bombardier e Dassault. Está foi a grande razão pela qual decidimos lançar o ACJ TwoTwenty”, explicou Saade.
E qual é o preço do ACJ TwoTwenty? Questionado, o executivo da ACJ disse apenas que o jato de negócios baseado no A220-100 tem um “valor de aquisição equivalente” ao das maiores aeronaves da Gulfstream, Bombardier e Dassault, que custam entre US$ 60 milhões e US$ 80 milhões (cerca de R$ 309,1 milhões e R$ 412,2 milhões, na cotação atual). Cabe no seu bolso?
Palhaçada,Já tem 1 mês que estou tentando comprar esse jato e não consigo!