Em números absolutos, a Airbus emprendeu uma enorme derrota à Boeing nos pedidos anunciados durante o Paris Air Show na semana passada. No entanto, o evento foi marcado por muitos negócios em estágio inicial e que não necessariamente serão fechados no futuro.
De acordo com dados levantados pelo Airway, a Airbus obteve 374 pedidos firmes, opções e acordos prévios além de 364 unidades convertidas de encomendas existentes, quase todas para o A321.
A Boeing, por sua vez, somou 237 pedidos, mas apenas 30 deles em encomendas firmes. O anúncio do Grupo IAG, dono da British Airways e Iberia, entre outras, que pretende encomendar 200 737 Max, foi a maior supresa do show aéreo, no entanto.
Entre as fabricantes de aviões regionais, o destaque foi a ATR com 40 vendas firmes de seus turboélices ATR42 e ATR72 mais 105 unidades de um acordo prévio com a empresa de leasing Nordic Aviation Capital, a maior do gênero no segmento.
Se não conseguiu chegar à casa dos três dígitos, a Embraer ao menos encerrou o feira aérea com 78 unidades vendidas entre pedidos firmes e opções. A United Express, com 39 E175-E1 (20 firmes mais 19 opções), e a KLM, com 35 E195-E2 (15 firmes e 20 opções), foram os principais destaques.
Já sua concorrente Mitsubishi revelou apenas um acordo com uma companhia aérea dos EUA cujo nome foi mantido em sigilo – ela pretende comprar 15 jatos SpaceJet M100 que serão entregues apenas a partir de 2023.
Conversões
Se não teve números tão robustos quanto em outras edições, o Paris Air Show 2019 presenciou a estreia do novo A321XLR. O modelo foi a estrela do evento, atraindo o interesse de vários clientes que encomendaram novos aviões, mas que também converteram unidades de encomendas anteriores.
A variante de longo alcance do A321 teve nada menos que 243 pedidos nos quatro dias de negócios do evento. No entanto, 37% deles foram de conversões enquanto 79 unidades foram contabilizados como cartas de intenção e “Memorandos de Entendimentos”, acordos preliminares antes da assinatura do contrato de fato. De pedidos firmes, o A321XLR chegou à 59 aeronaves: 20 da American Airlines, 15 da Saudia, 10 da Qantas e 14 do Grupo IAG (oito deles para a Iberia e seis para a Aer Lingus).
Poucos widebodies
Surpreendentemente, nem o A350 muito menos o atrasado 777X receberam novas encomendas. Em vez disso, o 787 acabou se saindo melhor entre os widebodies, apesar da boa performance do A330neo. Foram 25 pedidos firmes do Boeing contra 24 do Airbus, a maior parte como intenção de compra.
Se o 777X não atraiu nenhum interessado ao menos a Boeing encontrou clientes para mais 12 unidades do 777 clássico, quase todos para sua versão cargueira. A Qatar encomendou cinco deles e a China Airlines assinou uma carta de intenção para outros seis além um 777-200LR para a Turkeminstan Airlines. Com esses pedidos, a linha de produção do maior birreator do mundo deve continuar ocupada até que a nova geração entre em operação.
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