A Airbus anunciou nessa terça-feira, 30 de junho, planos para adaptar sua força de trabalho global e redimensionar as atividades de produção de aeronaves comerciais em resposta à crise da Covid-19. Ao todo, o grupo europeu vai demitir cerca de 15.000 funcionários até o final do primeiro semestre de 2021. Esse montante é equivalente ao quadro de empregados da Embraer no Brasil.
Com o setor aéreo enfrentando uma crise sem precedentes, a atividades de negócios de aeronaves comerciais caiu em torno de 40% nos últimos meses. Segundo estimativas da Airbus, o tráfego aéreo global não deve voltar ao níveis pré-pandemia antes de 2025 e potencialmente até 2025.
O corte de empregados, o maior já realizado na história da Airbus, inclui 5.100 posições na Alemanha, 5.000 na França e 1.700 no Reino Unido. As medidas também afetam as subsidiárias do grupo, incluindo a Premium Aerotec (fabricante de aeroestruturas), que fará um corte de 900 funcionários, e Stelia (fabricante de aeroestruturas e assentos).
A Airbus também pretende demitir 900 colaboradores da Espanha e 1.300 em outras instalações em todo o mundo. Até o final de 2019, o grupo aeroespacial contava com cerca de 135 mil empregados.
“A Airbus está enfrentando a crise mais grave que esse setor já passou”, disse o CEO da Airbus, Guillaume Faury. “As medidas que tomamos até agora nos permitiram absorver o choque inicial dessa pandemia global. Agora, precisamos garantir que possamos sustentar nossa empresa e emergir da crise como líder aeroespacial saudável e global, ajustando-nos aos desafios esmagadores de nossos clientes. Para enfrentar essa realidade, precisamos agora adotar medidas de maior alcance.”
A Airbus diz que os detalhes do plano de demissões ainda precisam ser finalizados com os representantes de seus trabalhadores.
“Embora as ações obrigatórias não possam ser descartadas nesta fase, a Airbus trabalhará com seus parceiros sociais para limitar o impacto desse plano, baseando-se em todas as medidas sociais disponíveis”, diz o comunicado da empresa.
Isso pode incluir demissões voluntárias, aposentadoria antecipada e esquemas de desemprego parcial de longo prazo.
O corte anunciado pela Airbus é maior até que o realizado da Boeing, que vive uma situação financeira ainda mais delicada. Em maio, a fabricante norte-americana confirmou que deve desligar mais de 12.000 colaboradores em meio a crise no setor aéreo causada pela pandemia.
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