A Airbus anunciou nesta semana, em conferência no Paris Air Show, que vai utilizar um novo tipo de caixa-preta, projetada para se desprender do avião em caso de queda no mar. Segundo a fabricante, a novidade será empregada até o final de 2019, no jato de longo alcance A350.
Além da função “ejetora”, a nova caixa preta da Airbus vai combinar o gravador de voz da cabine de comando, com capacidade para armazenar 25 horas de conversações, e o sobre dados de voo em apenas um equipamento – esses dois equipamentos hoje são separados.
Como explicou a fabricante, o equipamento será posicionado na parte traseira da aeronave. No caso de pouso no mar e detecção de deformação da fuselagem por pressão de submersão, a caixa-preta será automaticamente liberada da aeronave e flutuar até a superfície.
A Airbus ainda revelou que o novo equipamento, com baterias de maior capacidade, emitirá sinas de localização durante 90 dias, antes dos 30 dias das caixas-preta atuais.
Além do A350, o fabricante europeu também confirmou o novo equipamento para os jatos A330, A321 LR (versão de longo alcance do A321) e o A380.
Fim do mistério
A nova caixa-preta proposta pela Airbus pode ajudar a solucionar as causas de acidentes aéreos em menor tempo ou mesmo encerrar casos que no formato atual nunca foram desvendados.
O exemplo mais recente de um acidente até hoje sem uma explicação exata é o do voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido em 2014. As caixas-pretas do Boeing 777 que voava entre Kuala Lumpur com destino a Pequim com 239 pessoas nunca foram encontradas. As buscas pela aeronave foram encerradas em janeiro deste ano.
Outro caso que poderia ser agilizado com a caixa-preta ejetável é o do voo AF447 da Air France, que voava na rota entre o Rio de Janeiro e Paris, de 2009. Os gravadores de voz e dados de voo da aeronave, um Airbus A330, só foram recuperados 23 meses após o acidente, a uma profundidade de 3.900 metros no Oceano Atlântico.
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