O governo alemão planeja comprar 93 caças Eurofighter Typhoon e 45 Boeing F/A-18 Super Hornet (incluindo 15 EA-18G Growler de guerra eletrônica) fabricados nos EUA para substituir os antigos jatos de combate Panavia Tornado, disse nesta terça-feira (22/4) Annegret Kramp-Karrenbauer, Ministra da Defesa da Alemanha, enfatizando que os aviões norte-americanos são necessários para ajudar o país a cumprir suas obrigações com a OTAN.
Em meio às críticas sobre a decisão de adquirir aeronaves fabricadas nos EUA, a ministra disse ao jornal alemão Sueddeutsche Zeitung que os F/A-18 são necessários como “tecnologia de ponte”.
Antes de aposentar a atual frota de caças Tornado, a Luftwaffe (força aérea alemã) deve manter certas capacidades de combate. “Deve-se dizer que atualmente apenas os fabricantes norte-americanos estão oferecendo” a possibilidade de vender aeronaves capazes de transportar armas nucleares.
Em uma carta ao comitê de defesa do parlamento em Berlim, o Ministério da Defesa destacou que os jatos produzidos pela Boeing permitiriam à Alemanha cumprir suas obrigações de compartilhamento nuclear da OTAN, pois podem carregar ogivas atômicas dos EUA.
Atualmente, o Tornado, construído na Europa, é o único avião da Luftwaffe certificado para portar armas nucleares, embora a Alemanha não possua artefatos desse tipo. O país recebeu os primeiros exemplares do caça europeu em 1979.
Em uma carta ao comitê de defesa do parlamento em Berlim, o Ministério da Defesa destacou que os jatos produzidos pela Boeing permitiriam à Alemanha cumprir suas obrigações de compartilhamento nuclear da OTAN, pois podem carregar ogivas atômicas dos EUA. A mensagem, no entanto, destaca que os Eurofighter seriam a “espinha dorsal da Luftwaffe” – a força aérea alemã possui 141 exemplares do Typhoon, caça produzido em parceria pela Airbus, BAE Systems e Leonardo.
O pedido de compra dos novos caças ainda precisa ser aprovado pelo parlamento alemão. Espera-se que a solicitação de aquisição dos F/A-18 seja apresentada até 2023.
O Ministério da Defesa alemão argumenta que manter os Tornados operando até 2030 é economicamente inviável, colocando 2025 como o prazo máximo para encontrar um caça substituto.
Como o caça franco-alemão avançado FCAS (Sistema de Combate Aéreo do Futuro) não deve ficar pronto até 2040, o ministério teve que recorrer para a solução oferecida pela Boeing.
A escolha da Alemanha por caças fabricados nos EUA não foi bem aceita na França. Uma fonte diplomática do país disse à agência AFP que Paris “nunca fica satisfeita em ver um parceiro europeu comprar equipamentos americanos”.
Por outro lado, os franceses consideram a compra do F/A-18 “menos problemática” do que o novo F-35, uma alternativa significativamente mais cara e que poderia por em dúvida o compromisso da Alemanha com o FCAS.
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