Alitalia entrará com pedido de recuperação judicial na Itália

Companhia aérea italiana não chegou a acordo com funcionários para colocar em prática um plano de reestruturação. Empresa diz que continuará operando seus voos
Avião da Alitalia: mais uma concordata em vista (Eric Salard)
Avião da Alitalia: mais uma concordata em vista (Eric Salard)

Em comunicado divulgado nesta terça-feira (02), a companhia aérea Alitalia confirmou que pedirá recuperação judicial ao governo do país. A empresa enfrenta sérios problemas financeiros e tentava um acordo com os funcionários para implementar um plano de reestruturação. Porém, em assembléia, seus empregados decidiram não aprovar o plano, que envolvia corte de vagas e redução de salários.

Sem recursos para investir, segundo ela, a única saída é dar entrada na “administração extraordinária”, nome para o processo de concordata na Itália. “O Conselho de Administração, convocado após a assembleia geral, tendo reconhecido a grave situação econômica e financeira da companhia, da indisponibilidade dos acionistas a refinanciarem, e da impossibilidade de encontrar em um curto período de tempo uma alternativa, decidiu por unanimidade prosseguir com o depósito de ‘amministrazione Straordinaria‘ (administração extraordinária) em conformidade com a lei italiana”, diz a nota da Alitalia.

A empresa aérea, no entanto, declarou que as operações de voos continuam normalmente, incluindo as frequências entre Roma e Rio de Janeiro (quatro vezes por semana) e São Paulo (diário).

Hoje a Alitalia é controlada por acionistas italianos e a companhia aérea Etihad, do Oriente Médio, que possui 49% das ações. Segundo a empresa, “os sócios, com base no forte crescimento potencial da companhia, e de um plano de recuperação que incluía uma redução estrutural dos custos dos quais dois terços não estavam relacionados aos custos da mão-de-obra, comprometeram-se a recapitalizar e financiar o plano com 2 bilhões de euros (6,9 bilhões de reais)”. Foi esse plano que os funcionários rejeitaram.

Na última década, a Alitalia recebeu cerca de 7 bilhões de euros (24 bilhões de reais) do governo italiano para tentar se reerguer, sem sucesso. O governo, no entanto, emprestou outrs 400 milhões de euros para que a companhia aérea não deixe de operar nos próximos meses. Segundo pesquisa recente com a opinião pública do país, os italianos são contra novos aportes na companhia, que tem cerca de 12,5 mil empregados.

Etihad agora é uma das sócias da Alitalia
Nem a entrada da Etihad resolveu os problemas financeiros da Alitalia

‘Nova Alitalia’

A atual companhia aérea, para quem não sabe, é a segunda encarnação da Alitalia, surgida a partir de um grupo de investidores que assumiu a antiga Alitalia (nascida em 1946) e que encerrou operações no início de 2009. A nova empresa, que teve o grupo Air France-KLM como um dos sócios, logo apresentou os mesmos problemas da antecessora, com seguidos prejuízos. Não se sabe quem poderá salvar a tradicional empresa aérea desta vez.

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  1. Não é permitido na Europa, que os estados ajudem as companhias aérias, sem que isso haja reestruturação, com consequente despedimento e redução salarial, fecho de rotas deficitárias entre outras exigencias, por outro lado um cidadão ou empresa que não seja da comunidade europeia, não pode ter mas que 49% de uma empresa aéria, logo a Etihad poderá “emprestar” dinheiro, mas não pode ter contrapartidas. O negocio está preto, pelo que dizem a Alitália, tem muitos cargos politicos.

  2. Se com essa grana toda que o governo italiano emprestou, a empresa ainda continua nesse caos, imagine onde foi parar essa grana toda, e muito dinheiro.

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