Enquanto muitas companhias aéreas reduzem suas frota diante dos reflexos da pandemia do coronavírus, a Amazon Air, divisão aérea da maior empresa de e-commerce do mundo, acaba de anunciar o leasing de mais 12 jatos Boeing 767-300 convertidos para cargueiros.
As aeronaves serão fornecidas pela empresa Air Transport Services Group (ATSG) e devem elevar a frota da Amazon para mais de 80 jatos. Segundo a companhia aérea, um dos 767 foi entregue no mês passado enquanto os demais serão incorporados até 2021.
“A Amazon Air é fundamental para garantir a entrega rápida para nossos clientes – tanto no ambiente atual que estamos enfrentando quanto no futuro”, afirmou Sarah Rhoads, vice-presidente da Amazon Global Air. “Durante um período em que muitos de nossos clientes confiam em nós para obter o que precisam sem sair de casa, a expansão de nossa rede aérea dedicada garante a capacidade de oferecer o que nossos clientes desejam: ótima seleção, preços baixos e velocidade de remessa rápida”.
A Amazon garante que a ampliação da frota não se resume apenas à grande demanda por entregas, que cresceram durante a pandemia do coronavírus, mas também para facilitar seu trabalho como transportadora de itens essenciais para hospitais, os chamados PPE (Personal Protective Equipment, ou equipamentos de proteção pessoal) que são utilizados por médicos e enfermeiros que atendem os doentes de COVID-19.
Segundo dados de frotas do Cirium, a Amazon Air opera atualmente com 56 aeronaves, formada apenas por modelos da Boeing. São oito 737-800 cargueiros e 48 767-300 também convertidos para carga. A empresa ainda possui um contrato de leasing para 12 unidades do 737 com a GECAS e que serão entregues até o ano que vem.
Criada em 2016 como Prime Air, a companhia de carga aérea da Amazon surgiu como uma forma de agilizar as entregas da empresa e tem crescido velozmente desde então, acompanhando a ampliação dos hubs de distribuição de seus produtos pelo mundo.
Carga aérea em queda
O movimento de expansão da Amazon Air contrasta com o panorama do tráfego global de carga aérea, que tem caído à medida que muitos voos de passageiros foram cancelados e reduziram a oferta de espaço para cargas. Essa situação acabou gerando uma resposta improvável de várias companhias aéreas nos últimos meses que passaram a realizar voos de carga com aeronaves de passageiros, levando itens acomodados em poltronas e outros espaços na cabine principal.
Segundo a IATA, a associação internacional das companhias aéreas, a demanda global de cargas despencou quase 28% em abril, comparada ao mesmo mês do ano passado. A capacidade em toneladas/km teve uma queda ainda maior, de 42%.
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