A companhia American Airlines retirou de serviço nesta quarta-feira (4) o último dos seus McDonnel Douglas MD-80, enquanto a maioria das 26 aeronaves restantes fez seus voos finais para Roswell, no Novo México.
O último voo do MD-80 com a companhia, o “American Flight 80”, decolou de Dallas-Fort Worth com destino ao aeroporto internacional O’Hare, em Chicago. Em seguida, o avião também foi enviado para Roswell, onde fica o maior “cemitério” aviões comerciais do mundo.
Também conhecido como Super 80, o jato da McDonnel Douglas (comprada pela Boeing em 1996) foi o carregador de piano da companhia norte-americana nos últimos anos. Em 2003, depois que a American Airlines adquiriu a TWA, a frota da empresa atingiu um pico de 362 exemplares da aeronave, o que representava um terço de todos os MD-80 produzidos.
A companhia iniciou o que ela chama de “era Super 80” em maio de 1983, quando introduziu seus três primeiros MD-80 em seis rotas domésticas substituindo antigos modelos Boeing 727-100. A American foi a primeira das grandes empresas aéreas dos EUA a receber a aeronave, que na época de seu lançamento era um dos aviões comerciais com menor consumo de combustível.
Os MD-80 da American Airlines eram configurados com 144 assentos, sendo 12 deles na primeira classe. Ao longo de quase 40 anos de operações, a companhia transportou mais de 87 milhões de passageiros com o “Mad Dog” (Cachorro Louco), um dos apelidos do icônico bimotor.
Visão comum nos EUA
Desde 1979, a McDonnel Douglas e, mais tarde, a Boeing, fabricaram 1.191 MD-80 até 1999. Quando chegou ao mercado, o avião então chamado DC-9 Super 80 consumia 37% menos combustível que o trimotor Boeing 727-200, que nos anos 80 era o jato de um corredor mais pedido pelas companhias até a popularização do 737.
Outra grande empresa aérea dos EUA que ainda voa com o MD-80, mas por pouco tempo, é a Delta Air Lines, com 76 aeronaves na frota. A empresa, porém, já confirmou que vai retirar seus modelos de serviço em 2020. Outros importantes operadores norte-americanos da aeronave foram a Northwest Airlines, Alaska Airlines e a TWA.
Embora seja conhecido como MD-80, nunca houve uma variante com esse nome. O primeiro modelo foi o MD-81, seguido pelo MD-82 com motores mais potentes e o MD-83, que recebeu tanques de combustível extras e turbofans com mais potência. A série ainda teve o MD-87, que mais adiante foi renomeado como Boeing 717 – os últimos modelos operados pela American Airlines eram o MD-82 e o MD-83.
MD-80 no Brasil
O MD-80 teve uma breve passagem pelo Brasil no início dos anos 80. A McDonnell Douglas tentou convencer a Varig a comprá-lo e para isso cedeu um MD-82 que foi utilizado nas cores da Cruzeiro do Sul por cerca de três meses. Na época, as duas companhias aéreas utilizavam apenas aviões da Boeing como o 727-100 e o 737-200, mas mesmo com a boa impressão deixada, o MD-80 acabou descartado.
Mas não será tão cedo que a silhueta com dois motores na cauda em T desaparecerá dos aeroportos. Produzido sob licença na China, o avião americano deu origem a um jato local, o ARJ21, que é produzido desde 2007 pela COMAC.
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