American Airlines confirma fim dos voos do MD-80 em setembro

Base da sua frota nos anos 80, jato da McDonnell Douglas tem hoje apenas 26 aviões em operação na companhia aérea americana
MD-83 da American Airlines: base da frota nos anos 80 (Alan Wilson)
MD-83 da American Airlines: base da frota nos anos 80 (Alan Wilson)

A American Airlines confirmou nesta semana que o último voo com o MD-80, jato que foi seu “pau para toda obra” na década de 80, ocorrerá no dia 4 de setembro. Atualmente, a companhia aérea dos EUA tem 26 unidades das versões MD-83 e MD-82, mas chegou a voar com mais de 360 jatos em 2001, quando incorporou a companhia aérea TWA.

Apelidado de “Mad Dog” (cachorro louco), o birreator criado pela McDonnell Douglas (hoje Boeing) voou pela primeira vez há quase 40 anos, em outubro de 1979. Na época, a aeronave era chamada de DC-9 Super 80, uma evolução do avião de corredor único criado pela fabricante nos anos 60.

Com asas maiores, novo cone de cauda e uma fuselagem mais longa capaz de acomodar até 172 passageiros, a segunda geração do modelo também fazia uso de motores JT8D-200 mais econômicos que as primeiras séries.

Mas, apesar de ser geralmente chamado de MD-80, nunca houve uma variante com essa designação. O primeiro avião foi o MD-81, seguido pelo MD-82 com motores mais potentes e o MD-83, que recebeu tanques de combustível extras além de turbofans ainda com mais potência.

No final da década de 80, a McDonnell Douglas decidiu lançar duas novas variantes, a MD-87, com fuselagem mais curta e médio alcance, e a MD-88, com dimensões semelhantes às do MD-82, porém, com displays EFIS no cockpit.

Visão comum nos EUA

O MD-80 acabou sendo a geração mais bem sucedida do jato de corredor único da Douglas, com quase 1.200 aviões produzidos até 1999. A empresa ainda lançou o MD-90, uma atualização com turbofans V2500 da IAE e fuselagem ainda mais longa, além do MD-95, um sucessor para o MD-87 e que acabou tornando-se o 717 quando a Boeing assumiu a McDonnell Douglas em 1997.

Se não teve uma enorme aceitação fora dos EUA, o MD-80 foi utilizado pelas principais companhias aéreas do país. Além da American Airlines, a Delta também foi uma grande operadora e até hoje mantém 76 MD-88 e 35 MD-90 em sua frota.

Com fileiras com cinco assentos (3+2), o jato passou a ter uma concorrência mais dura no mercado quando a Boeing lançou a segunda geração do 737 e a Airbus introduziu o A320 no final da década de 80.

O McDonnell Douglas MD-82 usado pela Cruzeiro por alguns meses
O McDonnell Douglas MD-82 usado pela Cruzeiro por alguns meses

O MD-80 no Brasil

Se na vizinha Argentina, o MD-80 foi operado por algumas empresas como a Austral, no Brasil o birreator teve apenas uma breve passagem no início dos anos 80. A McDonnell Douglas tentou convencer a Varig a comprá-lo e para isso cedeu um MD-82 que foi utilizado nas cores da Cruzeiro do Sul por cerca de três meses. Na época, as duas companhias aéreas utilizavam apenas aviões da Boeing como o 727-100 e o 737-200, mas mesmo com a boa impressão deixada, o MD-80 acabou descartado.

Mas não será tão cedo que a silhueta com dois motores na cauda em T desaparecerá dos aeroportos. Produzido sob licença na China, o avião americano deu origem a um jato local, o ARJ21, que é produzido desde 2007 pela COMAC.

Primeiro jato comercial chinês, o ARJ21 por enquanto só pode ser operado na China (Peng Chen)
Primeiro jato comercial chinês, o ARJ21 é um “filhote” do MD-80 (Peng Chen)

Veja também: Os aviões comerciais raros no Brasil

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