Pela primeira vez em sua história sem estar ligado por uma rota direta a Nova York, o Rio de Janeiro voltará a contar com um voo sazonal da American Airlines a partir de 18 de dezembro. A companhia aérea confirmou o retorno da frequência diária durante a alta temporada que vai até o dia 29 de março de 2020.
O voo será operado com o Boeing 777-200 com capacidade para 272 passageiros em três classes. Com isso, os passageiros com destino à capital fluminense e região terão a opção de evitar uma conexão indesejada seja no Brasil ou nos Estados Unidos – a American hoje voa diariamente do Galeão para Miami e de São Paulo para Nova York.
“Nos orgulhamos por operar no Brasil ininterruptamente há quase 30 anos e sermos a companhia com maior oferta de voos para os EUA. O Rio tem um significado especial para nossa empresa, pois foi onde iniciamos nossa história no Brasil, em 1990. Portanto, voltar a conectar diretamente a cidade com Nova York, um dos principais destinos turísticos e corporativos do mundo, tem um sabor especial para nós”, afirma Alexandre Cavalcanti, diretor regional de vendas da American Airlines para o Brasil.
Apesar da declaração animada, não há planos para transformar o voo novamente em uma frequência ininterrupta, como ocorria até março deste ano quando a própria American Airlines decidiu suspender o serviço entre as duas cidades. Depois de um período sem novidades, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, anunciou em redes sociais em setembro que o voo voltaria a ser realizado de forma definitiva.
Vai-e-vem
Sem o voo da American, restava apenas a frequência sazonal da rival Delta Air Lines, mas em maio a companhia anunciou que não voltaria a operar a rota. Dias depois, a empresa voltou atrás e agora tem programado um voo sazonal entre 02 de janeiro e 03 de março de 2020 com um Boeing 767-300ER.
Quanto às companhias aéreas brasileiras, há ainda menos expectativa de voarem entre o Rio de Janeiro e Nova York. A LATAM, que fez a rota até meados de 2017, decidiu concentrar seus voos de longo curso em Guarulhos. A Azul, por sua vez, tem optado em voar para os EUA a partir de Viracopos e Confins enquanto a Gol não possui uma aeronave capaz de voar sem escalas nesse trecho.
Ligação histórica
Os aviões que fizeram a rota Rio de Janeiro-Nova York começaram a voar entre as duas cidades poucos anos após o nascimento da aviação. Já na década de 1920 havia hidroaviões chegando à então capital federal como os da famosa Pan Am que utilizava um píer próprio para atracar seu aparelho no que mais adiante seria o aeroporto Santos Dumont. Na época, era necessário fazer inúmeras escalas e perder dias para chegar ao destino. Foi somente após a Segunda Guerra que os aviões passaram a fazer o caminho operando a partir de pistas e logo a Varig inaugurou sua frequência em 1955 com destino à Nova York a bordo dos inconfundíveis Lockheed Super Constellation que faziam escalas em Belém, Port of Spain e Santo Domingo, no Caribe.
No início dos anos 60 os imensos (para a época) Boeing 707 assumiram a rota que passou a ser feita sem escalas pela primeira vez. Desde então, o Rio foi palco de voos de várias companhias aéreas como Braniff, United, US Airways e TAM, entre outras. Mas com a inauguração em 1985 do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, a capital paulista voltou a poder receber voos de longa distância e tanto Varig como Pan Am passaram a esticar seus voos até lá. Com a demanda crescendo, logo alguns voos acabaram ligando São Paulo diretamente à Nova York.
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Por essa opção de dar preferência a Guarulhos é que nunca, em hipótese alguma eu voo na Latam.