Assim como outras companhias aéreas, a American Airlines tem aproveitado a crise do coronavírus para antecipar a aposentadoria de seus aviões mais antigos, mas a extensão do programa da companhia aérea pode ser bem maior do que se imagina. Após confirmar que retirará de serviço seus 757 e 767 a empresa agora decidiu incluir mais 105 aviões nesse processo, segundo revelou a agência Reuters.
A maior parte dessas aeronaves é de modelos 737-800NG, jato que reúne nada menos que 304 unidades. A ideia, segundo revelou um vídeo interno, é aposentar 76 deles, os que estão há mais tempo em serviço. Além dos aviões da Boeing, a American também pretende tirar de circulação nove Airbus A330-300 que foram encomendados pela US Airways, companhia aérea absorvida em 2015.
Para fechar a lista estão incluídos os 20 E190 da Embraer, que também haviam sido recebidos pela US Airways a partir de 2006 e permaneceram em serviço na American até há pouco tempo. Curiosamente, a companhia aérea havia dado a entender recentemente que estenderia a operação dos aviões brasileiros até o final de 2020 por conta da demora em ter de volta seus 737 Max, hoje proibidos de voar.
Fora da cláusula de escopo das companhias americanas, o E190 é um “estranho no ninho”, ao contrário do numeroso E175, pensado justamente para o mercado regional dos EUA. Quando decidiu comprá-lo, a US Airways já havia encomendado o E170, mas acabou alterando seu pedido e recebendo 25 unidades do E190, com 99 assentos em duas classes.
Frota gigante
Dona da maior frota de aeronaves comerciais do mundo, com cerca de 950 unidades, a American Airlines sentiu o baque causado pela pandemia. A companhia aérea decidiu cancelar 70% dos voos domésticos e 90% dos internacionais, incluindo todos os destinos no Brasil. E tenta conseguir um empréstimo de US$ 12 bilhões (R$ 62 bilhões) para sobreviver pelos próximos seis meses se a situação não melhorar.
A empresa resolveu adiantar seu programa de renovação de frota para evitar custos com combustível e manutenção dos modelos menos eficientes. Entre os aviões de corredor único, restarão basicamente a família A320, que é a mais numerosa da frota, com 417 unidades, o 737-800, com 228 aviões restantes, e o 737 Max 8, dos quais possui 24 aeronaves que estão aterradas. Já a frota de longo alcance compreende 67 Boeing 777, 43 Boeing 787 Dreamliner e 15 A330-200. Entre os pedidos de novos aviões da American está o A321XLR, variante de maior alcance do jato europeu.
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Quando essa pandemia passar, talvez muitas dessas aeronaves irão parar em empresas aéreas de países emergentes, principalmente os 737NG, 767 e o A330.
E os Embraer aí vai ser uma boa aeronave pra países de pouca extensão territorial.