Maior companhia aérea do mundo, a American Airlines está recolocando o Boeing 737 MAX de volta em sua programação de voos. Embora o avião ainda não esteja certificado para retornar ao transporte de passageiros, a companhia aérea norte-americana divulgou nesta semana que está se preparando para ter seus jatos em serviço no final de dezembro.
A companhia aérea informou que terá um voo diário com o 737 MAX entre Miami e Nova York de 29 de dezembro a 4 de janeiro. As reservas para esses voos serão abertas no próximo sábado (24). Até a ordem de aterramento e a proibição na entrega de novos aviões, a American Airlines recebeu 24 exemplares do 737 MAX 8, de um total de 76 aeronaves encomendadas. A empresa norte-americana também possui outros 304 jatos 737-800 da série Next Generation.
“Nossos planos de retorno aos serviços do Boeing 737 MAX permanecem altamente dependentes do processo de recertificação da FAA (agência de aviação civil dos EUA)”, informou a empresa em comunicado enviado a imprensa nos EUA. “Para garantir que a American esteja pronta para voar no 737 MAX assim que a aeronave for certificada, nossos membros da tripulação devem ser capazes de apresentar seus horários para esta linha de voo. Continuamos em contato com a FAA e a Boeing sobre o processo de certificação e continuaremos atualizando nossos planos com base na data de certificação da aeronave.”
A iniciativa da American em remarcar voos com o 737 MAX é o mais recente sinal de progresso da aeronave, que está aterrado no mundo todo desde março de 2019, após dois acidentes fatais. A FAA e outros órgãos internacionais de aviação completaram recentemente voos de teste do MAX, avaliando as correções propostas pela Boeing. No início de outubro, o Conselho de Avaliações de Operações Conjuntas da FAA (a ANAC do Brasil é um dos membros do Conselho) publicou suas recomendações sobre o treinamento de pilotos.
Os pilotos de 737 MAX agora precisam ser submetidos a um treinamento mais abrangente em simulador de voo para se familiarizarem com os novos controles da aeronave. Quando o MAX estreou no serviço comercial, em maio de 2017, o adestramento completo não era necessário para os pilotos que já eram habilitados para voar em versões mais antigas do 737.
O anúncio da companhia americana levou Wall Street a especular que aeronave estará de volta aos aeroportos em breve. Na segunda-feira (19), as ações da Boeing subiram 0,4% e da American Airlines, 0,8%.
O aumento no valor das ações da Boeing e da American Airlines só não foi maior devido a pandemia do novo coronavírus, que continuando afastando a demanda por transporte aéreo. No acumulado do ano, as ações da fabricante norte-americana caíram cerca de 49%, enquanto os papeis da AA sofreram uma queda de 57%.
A demanda por transporte aéreo comercial permanece fortemente abalada, embora tenha havido uma sensível recuperação nos últimos dois meses. No último domingo (18), mais de um milhão de passageiros viajaram de avião nos EUA, algo que não era registrado há meses. Ainda assim, a procura por viagens aéreas no mercado norte-americano, o maior do mundo, está 60% abaixo do registrado em 2019.
Mais informações sobre o retorno do MAX devem ser anunciadas quando a Boeing divulgar seus resultados financeiros no terceiro trimestre, em 28 de outubro. A American Airlines também deve comentar sobre a volta da aeronave quando relatar seus lucros, em 22 de outubro.
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