Conforme Airway antecipou em primeira mão, o A380 fará o primeiro voo com passageiros para o Brasil em novembro. O voo 261 da companhia Emirates chegará em Guarulhos às 19h30 do sábado, dia 14, e partirá já no domingo dia 15 no início da madrugada. A ANAC, enfim, liberou o aeroporto paulista, o mais movimentado do país, para operar o maior avião de passageiro do mundo.
No entanto, será apenas um voo isolado para provar na prática que as mudanças efetuadas pela concessionária GRU Airport sejam testadas. Ou seja, os voos da Emirates voltarão em seguida a serem realizados com uma aeronave Boeing 777-300.
Posteriormente não só a Emirates como outras companhias que já manifestaram interesse em operar o jato de dois andares poderão oficializar a mudança no Hotran, o sistema onde constam os voos regulares e não-regulares de carga e passageiros.
Exceção mundial
Com a confirmação de Guarulhos como aeroporto apto a receber o A380, a América Latina deve começar a ver o jato com mais frequência. A cidade do México, no entanto, pode ter a primeira linha regular do Airbus em janeiro quando a Air France passar a operá-lo para lá. Hoje nenhum país da região recebe o A380 com regularidade, ao contrário de outros continentes como Europa, Ásia, Oceania, América do Norte e África.
A tendência é que não só a Emirates como a Lufthansa e Air France passem a voar para São Paulo com o quadrirreator. O Galeão, que foi o primeiro aeroporto brasileiro apto a recebê-lo, ainda não teve nenhum pedido oficial até agora.
Exigências exclusivas
Operar o A380 não é uma tarefa simples, embora existam aeroportos no mundo que o recebam mesmo sem as pontes de embarque que acoplam na parte superior do avião. Além de ter uma envergadura (distância de ponta a ponta da asa) de 80 metros, o A380 exige que os terminais possuam esquemas de embarque e desembarque rápido, afinal são ao menos 450 passageiros a bordo (o voo da Emirates terá 489 assentos).
A pista e outras áreas como pátios e pistas de táxi também precisam ter espaço suficiente para que o gigante possa manobrar com segurança. Foi um detalhe assim que fez com que Guarulhos demorasse a receber a certificação para o aparelho. Como seus motores externos ficam muito mais distantes da fuselagem do que outros jatos, eles acabam fora dos limites da pista, podendo ingerir objetos que estão na vegetação que circunda o local de decolagem. Não é à toa que, apesar de ter uma capacidade única, o A380 não é um avião tão popular nas rotas internacionais.