A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou que a liberação para retorno das operações do Boeing 737 MAX no Brasil ainda depende do término do processo nacional de validação do projeto atualizado. A Federal Aviation Administration (FAA), autoridade de aviação civil norte-americana, aprovou nesta quarta-feira (18) o retorno da aeronave nos EUA.
Seguindo a nova recomendação da FAA, a ANAC diz que procederá com os ajustes finais para conclusão da certificação do 737 MAX no Brasil. “Após o término desse trabalho, o operador brasileiro da aeronave, que atualmente é a Gol Linhas Aéreas, deverá incorporar e demonstrar de forma satisfatória o cumprimento de todas as novas diretrizes, tanto em termos de projeto quanto de treinamento de pilotos”, diz o comunicado da agência brasileira.
Desde abril de 2019, quando a Boeing iniciou as atividades para certificação das modificações do MAX, a ANAC vem participando de um grupo para análise desses estudos.
Os novos requisitos e voos de certificação foram conduzidos pelo Joint Operations Evaluations Board (JOEB – Conselho de Avaliação de Operações Conjuntos), composto autoridades de aviação dos EUA, Canadá, União Europeia e a ANAC.
“Este esforço é exemplo de cooperação entre autoridades da aviação civil, apenas alguns países têm experiência para certificar um sistema tão complexo. No entanto, a ANAC trabalha com avaliações independentes para assegurar que todos os requisitos necessários serão atendidos no retorno seguro das operações dessas aeronaves no Brasil”, destaca o Diretor-Presidente substituto da ANAC, Rafael Botelho.
Única operadora do 737 MAX no Brasil, a Gol informou no início deste mês que pretende retomar os voos com a aeronave até o final de dezembro. Até lá, a companhia deve atualizar suas aeronaves e preparar os pilotos de acordo com os novos requisitos que serão divulgados pela ANAC. A certificação nacional também abre o caminho para a empresa receber novos aviões.
A Gol recebeu sete jatos 737 MAX 8 até a ordem da aterramento no Brasil, em março de 2019. O pedido original da companhia previa a aquisição de 135 aeronaves, sendo 110 modelos MAX 8 e mais 30 MAX 10. Em abril, no início da crise no setor aéreo causada pela pandemia da COVID-19, a empresa revisou a encomenda e excluiu 34 aeronaves.
No longo prazo, a Gol planeja substituir todos os modelos 737 NG (91 modelos 737-800 e 24 737-700) de sua frota pelos novos jatos da série MAX, que no site da companhia agora são citados como “737-8”, nomenclatura que também passou a ser divulgada pela Boeing.
A Gol recebeu seus primeiros 737 MAX em junho de 2018 e tinha grandes expectativas com o novo jato da Boeing. Mais e eficiente e com maior capacidade de passageiros, a aeronave poderia expandir rapidamente os negócios da companhia, com mais opções de destinos, sobretudo internacionais, e aumentar a rentabilidade substituindo os modelos menos eficientes da geração anterior. Tudo isso ainda pode acontecer, mas certamente será bem mais devagar que o esperado.
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