A cena é de causar espanto. Por vários anos, os Estados Unidos se envolveram na Guerra do Vietnã, tentando evitar que o país asiático se juntasse ao bloco comunista na Guerra Fria.
Passado meio século do fim do conflito, eis que aviões militares norte-americanos foram entregues à Força Aérea de Defesa do Vietnã (ADAF) nesta segunda-feira, 25.
Cinco turboélices de treinamento Beechcraft T-6 Texan II, o grande rival do Embraer Super Tucano, pousaram na Base Aérea de Phan Thiet, marcado a entrega do primeiro lote da aeronave.
Os T-6C fornecerão treinamento para o pilotos da força aérea mediante um contrato assinado em agosto de 2022 junto à Textron Aviation via o programa de Vendas Militares ao Exterior (FMS).
Inicialmente eram previstas três aeronaves, mas o acordo foi ampliado para 12 turboélices, cujas entregas deverão ser concluídas em meados de 2025.
“É uma honra apoiar os Estados Unidos e sua Parceria Estratégica Abrangente com o Vietnã, pois juntos eles se concentram em uma Região Indo-Pacífica próspera, aberta, resiliente e pacífica”, disse Travis Tyler, Presidente e CEO da Textron Aviation Defense LLC. “Também damos as boas-vindas à Força Aérea de Defesa Aérea do Vietnã como a 14ª nação a depositar sua confiança no T-6 Texan II e celebramos a chegada do T-6C à Base Aérea de Phan Thiet.”
O acordo inclui também equipamentos de suporte no solo, dois motores reserva, tanques externos, treinamento e serviços. O valor do acordo não foi revelado.
Frota de aviões russos
Há décadas apoiada pela então União Soviética, a Força Aérea do Vietnã opera caças Sukhoi Su-27 e Su-22 além de helicópteros Ka-32 e Mi-8. Há também 12 jatos de treinamento avançado Yak-130 e 43 L-39NG.
Os únicos aviões de origem ocidental são três Airbus C295 e outros três NC212i, versão do CASA C212 feita na Indonésia.
Por essa razão, a chegada dos T-6 ao país é de fato um marco histórico e uma tentativa de tirar o Vietnã da influência de Rússia e China.
O país tem buscado abrir e diversificar sua economia nos últimos anos e estabeleceu relações mais amistosas com o Ocidente, a despeito de seguir como um país socialista.