A luta contra a pandemia do coronavírus (Covid-19) vai ganhar um reforço de peso, o Antonov An-225. A maior aeronave já construída foi contratada para realizar um voo entre a China e a Polônia a fim de trazer suprimentos médicos para o país europeu.
O anúncio foi feito pela empresa KGHM, uma multinacional polonesa que atua na metalurgia e mineração, que afirmou que o jato transportará “7 milhões de máscaras, centenas de milhares de macacões e centenas de milhares de capacetes – tudo isso estará a bordo do maior avião de transporte do mundo, que voará para a Polônia em uma semana”.
A urgência em suprir hospitais com material necessário para tratar os doentes acometidos pelo coronavírus tem feito vários países fretarem aviões para realizar voos da China, país que tem produzido grandes quantidades de equipamentos. Além de jatos cargueiros e mesmo aeronaves de passageiros adaptadas, também os Antonov An-124 estão sendo usados com frequência, por sua imensa capacidade de carga, de 150 toneladas.
Mas a entrada do An-225, do qual só existe uma aeronave no mundo, é algo novo até porque o jato de seis motores estava sem voar há 18 meses por conta de atualizações técnicas. A Antonov recolocou o avião em voo nas últimas semanas, mas apenas para checar o funcionamento dos sistemas recém instalados.
Com capacidade para transportar 250 toneladas de carga, o An-225 equivale a duas vezes e meia o que pode levar um Boeing 777F, um dos jatos cargueiros mais utilizados no mundo. No entanto, a aeronave ucraniana é mais indicada para o transporte de equipamentos volumosos do que contêineres, por exemplo.
Fuselagem abandonada
Ao contrário do An-124, no qual se originou e que teve 55 unidades montadas, o An-225 só teve uma aeronave concluída e que voou pela primeira vez em 1988. Ainda nos tempos da União Soviética, o massivo jato foi construído para transportar o Buran, o Space Shuttle russo, mas com o fim do programa e do comunismo, o avião da Antonov acabou sendo aproveitado em missões especiais de transporte de carga, graças à sua capacidade imbatível.
Antes que o programa fosse encerrado, a Antonov chegou a montar parcialmente um segundo An-225. Essa fuselagem pode ser vista em imagens de satélite na sede da fabricante ucraniana em Kiev, onde está ao lado do seu principal hangar há pelo menos 12 anos.
Há alguns anos, uma empresa chinesa demonstrou interesse em financiar sua conclusão, mas o projeto não evoluiu desde então. Uma pena, afinal um segundo An-225 seria de grande utilidade em tempos como este.
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