Antonov inicia produção em série do An-178, concorrente do Embraer C-390 Millennium

Fabricante tem quatro pedidos pelo An-178: três da Ucrânia e um do Peru
O Antonov AN-178 pode voar a velocidade máxima de 825 km/h a 12.000 metros de altitude (Foto - Antonov)
Concorrente do Embraer KC-390, Antonov An-178 tem futuro incerto com a guerra na Ucrânia (Antonov)

Após um longo período de poucas atividades, a fábrica da Antonov em Kiev, na Ucrânia, está retomando os seus dias de glória. A empresa do leste europeu confirmou que iniciou a produção em série da aeronave militar multimissão An-178, concorrente do Embraer C-390 Millennium.

Ao website ucraniano Liga, a Antonov informou que planeja montar quatro exemplares do An-178 neste ano. Três dessas aeronaves serão destinadas às forças armadas da Ucrânia e um quarto exemplar para o governo do Peru, que será o cliente de lançamento do novo avião.

“Está previsto para este ano a construção da primeira aeronave An-178 para o Ministério da Defesa da Ucrânia, a montagem da fuselagem do segundo modelo, a preparação de peças para o terceiro An-178, além da montagem final do An-178 para o Ministério de Assuntos Internos do Peru”, disse a empresa estatal.

O An-178 é o projeto mais recente da Antonov. O primeiro protótipo voou em 7 de maio de 2015, três meses após o voo inaugural de seu principal concorrente, o Embraer C-390 Millennium.

An-178 versus C-390

O Antonov An-178 e o Embraer C-390 Millennium são aviões com propósitos e desempenhos semelhantes, servindo principalmente para missões de transporte logístico. O modelo brasileiro ainda tem capacidade para reabastecer outras aeronaves em voo, recurso indisponível no avião ucraniano. Em comum, ambos são alternativas mais avançadas aos veteranos turboélices C-130 Hercules da Lockheed Martin.

Os dois aviões apresentam dimensões praticamente idênticas: o An-178 tem 33 metros de comprimento, contra 33,9 m do C-390; 30,57 m de envergadura, contra 35 m do Millennium; e 9,5 m de altura, ante 11,8 m do avião brasileiro brasileiro. O modelo da Embraer, no entanto, tem uma importante vantagem na capacidade de carga máxima: 26 toneladas contra 18 ton do Antonov.

Compare o An-178 com o KC-390, da Embraer

Continuando a comparação, o An-178 pode voar a altitude máxima de 12.200 metros, enquanto o limite do C-390 é 11.000 m. O avião ucraniano transporta mais soldados (90 contra 80) e paraquedistas (70 contra 64) que o rival brasileiro. Por outro lado, o Millennium é mais veloz (máxima de 870 km/h contra 825 km/h do An-178) e tem alcance superior com carga máxima (2.560 km com 23 ton contra cerca de 1.000 km do An-178 com 18 ton).

Diferentemente do cargueiro da Embraer, um projeto 100% original, o novo avião militar da Antonov é uma versão militarizada do jato regional An-158, lançado no final da última década. O valor do novo avião ucraniano é estimado entre US$ 40 milhões e US$ 70 milhões, enquanto um C-390 tem custo unitário em torno de US$ 85 milhões.

empregado na Força Aérea Brasileira e encomendado por Portugal e Hungria, o KC-390 está num estágio de desenvolvimento mais avançado em relação ao Antonov. Apesar disso, nenhum deles ainda é uma opção de “prateleira”, aviões que tiveram todas as suas capacidades comprovadas.

A frota da FAB conta atualmente com quatro aeronaves KC-390 (FAB)

Tanto o C-390 como o An-178 ainda precisam obter o certificado operacional final, uma espécie de “atestado militar” que comprova os atributos do avião de acordo com os requisitos do projeto. É um processo normalmente iniciado pelo operador de lançamento com suporte do fabricante. A conclusão bem-sucedida da certificação e a experiência positiva dos primeiros clientes pode colocar o produto numa posição de destaque, algo que a Embraer e a Antonov estão em busca com suas aeronaves militares de última geração.

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  1. O problema pode ser a concorrência desleal. Uma indústria mantida pelo Estado…com dinheiro a rodo, fica fácil pra eles, inclusive em relação ao preço da aeronave. Veja o caso do IIyushin II-96-400M. gastando milhões num projeto pra dois aviões? Se bem que esses aviões russos, só tem “venda” por lá mesmo… e adivinhem porque quê, né!! A Embraer pode ter dificuldade por causa disso… não sei… mas minha aposta é no KC-390.

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