Um dos setores mais afligidos pela pandemia do coronavírus, o transporte aéreo viu centenas de companhias aéreas balançarem após a queda brutal em receitas, causada pelo fechamento de milhares de rotas.
O panorama em 2020 parecia fazer crer que muitas delas não chegariam ao final do ano, porém, segundo a consultoria CAPA, apenas cerca de 30 empresas aéreas encerraram suas atividades, menos do que o apontado outra empresa, a Cirium, ainda no final de 2020.
“A surpresa, em um ano inimaginavelmente terrível, em que a capacidade internacional caiu para cerca de um décimo de seu nível anterior e muitas operações domésticas se saíram apenas um pouco melhor, foi que tão poucas companhias aéreas faliram”, afirmou a consultoria na sexta-feira, 5 de fevereiro.
Uma das razões apontadas é a ajuda governamental ou de acionistas para que essas companhias permaneçam vivas a despeito de a maior parte de seus aviões estarem no chão. A outra é que o mercado de ações e taxas de juros muito baixas acabaram facilitando que muitas empresas conseguissem rolar dívidas.
As que não conseguiram se manter em pé sozinhas recorreram à proteção contra falência, sobretudo na Justiça dos EUA. Foi lá que LATAM, Avianca e Aeromexico se apoiaram para renegociar suas dívidas com credores.
Da lista de 30 companhias aéreas que deixaram de existir no ano passado, a CAPA enumera oito empresas nos EUA, as mais notórias a Compass Airlines, Trans States e a ExpressJet Airlines, três da Alemanha e três canadenses.
Com foco em manter sua companhia aérea estatal ativa, o governo argentino incorporou a Austral à Aerolinas Argentinas enquanto a LATAM decidiu encerrar a filial no país.
Nenhuma das empresas aéreas, no entanto, possuía grande presença no mercado, com exceção da britânica Flybe, de forte atuação regional.
Apesar disso, o CAPA prevê que em 2021 a situação pode ser diferente e para pior. “há sinais muito claros de que as viagens de negócios e corporativas terão uma recuperação lenta, reduzindo o número de clientes valiosos que pagam tarifas mais altas, uma parte vital da receita das companhias aéreas tradicionais”, diz o artigo.
A esperança, segundo a consultoria, está na vacinação em massa, capaz de reduzir os efeitos do COVID-19 e possibiltar uma reabertura gradual das fronteiras. Até lá, resta saber quantas companhias aéreas ficarão pelo caminho.
Veja lista da CAPA: