Considerado “histórico” pela Boeing e o IAM, sindicato que representa cerca de 33.000 funcionários da empresa na área de Puget Sound, no estado de Washington, o acordo provisório anunciado no domingo, 8, teve diversas reações negativas entre os trabalhadores.
Na segunda-feira, 9, funcionários da Boeing fizeram um protesto durante o intervalo do almoço na fábrica de Everett, onde é produzido o 767 e o 777, clamando pela decretação greve na empresa.
Nas redes sociais, postagens criticavam o sindicato e seu líder Joh Holden, por ter aceito os termos oferecidos pela Boeing.
Siga o AIRWAY nas redes: WhatsApp | Telegram | Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter
O próprio Holden disse ao jornal The Seattle Times acreditar que a proposta será rejeitada e haverá votos suficientes para iniciar uma greve ao meio-dia da sexta-feira.
Novo jato comercial será feito na região
O atual contrato de trabalho com os funcionários das históricas fábricas de Renton e Everett, berço da empresa, além de outras instalações, se encerrará às 11h59 de 12 setembro, a próxima quinta-feira.
Nesse mesmo dia haverá a votação dos membros do Distrito 751 (Puget Sound) e W24 (Portland) que decidirão se aceitam o acordo provisório anunciado no domingo e se concordam ou não com a greve.
O acordo acertado entre a Boeing e os líderes do sindicato de maquinistas estipula um aumento de 25% nos próximos quatro anos, que pode ser maior para algumas categorias, redução de custos com plano médico, uma contribuição mais alta para aposentadoria, mas o fim de um bônus anual.
A Boeing também declarou que produzirá seu novo jato comercial, conhecido informalmente como ‘797’, na região, garantindo que não pretende dividir a tarefa com outras unidades como Charleston, na Carolina do Sul.
Para o líder do sindicato, a proposta é a melhor possível sem que haja greve, mas talvez não seja suficiente para muitos empregados, que amargam perda de poder aquisitivo e um futuro incerto.
Ações da Boeing
A despeito do ceticismo dentro das fábricas, o anúncio do acordo provisório fez as ações da Boeing subirem mais de 3% na segunda-feira, embaladas também pela volta segura da cápsula Starliner à Terra. Nesta terça, no entanto, o movimento era de queda forte.
A Boeing enfrenta um longo e desgastante escrutínio público sobre falhas na produção e falta de segurança em suas aeronaves, mas além disso há a persistente dificuldade para retomar uma taxa mais alta de produção nas linhas de montagem.
O atraso na produção afeta desde o 737 MAX ao 787 Dreamliner e novos aviões como o 777X.
Uma greve a partir de sexta-feira pode tornar os títulos da dívida Boeing a ter o status de “junk” (lixo), de alto grau especulativo, ou pouco acima da situação atual.