A Embraer, pela primeira vez, se posicionou sobre os defeitos recorrentes nos motores Pratt & Whitney que equipam os jatos da família E2. Questionado por jornalistas durante entrevista coletiva em Portugal, o CEO da fabricante brasileira, Francisco Gomes Neto, disse que está pessoalmente envolvido na situação para solucionar o problema de desgaste prematuro dos turbofans da linha Geared Turbofan (GTF) e expressou “total apoio” ao fornecedor de motor.
“Estou pessoalmente envolvido nisso; nós os visitamos recentemente. Acreditamos que eles (a Pratt & Whitney) têm competência para resolver os problemas”, disse Gomes Neto, conforme citado pela agência Reuters.
Embora utilizem os turbofans GTF, os jatos E190-E2 e E195-E2 são os menos prejudicados pelo problema de desgaste prematuro com os motores mais recente da Pratt & Whitney. Por ora, o operador de E2 mais afetado pela questão é a companhia holandesa KLM, que reduziu a programação de voos com suas novas aeronaves da Embraer.
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Outras versões dos motores GTF também são empregados nas famílias de jatos de um corredor A220 e A320neo da Airbus. Ao contrário da Embraer, os produtos do grupo aeroespacial europeu são muito afetados pelo problema de desgaste precoce dos novos turbofans da Pratt & Whitney.
A falta de motores em ordem e peças de reposição atingiu em cheio a companhia aérea GoFirst, da Índia, que suspendeu os voos no começo de maio e pediu falência depois de aterrar metade de seus 49 jatos A320neo.
Embraer espera pelo “motor certo” para lançar novo turboélice
Colocado em espera no fim do ano passado, o projeto do turboélice de última geração da Embraer ainda não conta com uma opção de motor que agrade plenamente a fabricante para atender os requisitos de seus clientes. “Ainda não encontramos a solução de motor certa”, disse Gomes Neto.
Nem a Pratt & Whitney, que é o maior fabricante de motores turboélices, apresentou uma solução para o novo projeto da Embraer que visa concorrer com os aviões da franco-italiana ATR, que hoje domina esse nicho. Outro fornecedor pode ser a Rolls-Royce, apesar da pouca tradição da empresa nesse ramo, enquanto a General Electric se recusou a participar do desenvolvimento.