Após 11 anos de espera, Azul estreia na ponte aérea Rio-São Paulo

Companhia lança operação com 16 voos diários nos aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, a quarta rota mais movimentada do mundo
(Azul)
Tripulação do Voo 1 da Azul na ponte aérea, em Congonhas, com um jato Embraer E195 (Azul)

No mercado brasileiro desde 2008 e hoje a companhia aérea mais disseminada pelo país, atendendo mais 100 destinos, a Azul finalmente estreou na rota na ponte aérea Rio-São Paulo. Os Voo 1 e Voo 2 decolaram hoje quase simultaneamente dos aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, às 7h25.

Além da estreia, a Azul terá exclusividade na rota pelo Santos Dumont até o final do próximo mês. A empresa vai operar a partir da pista auxiliar do aeroporto carioca com jatos Embraer E195 enquanto a pista principal do terminal passa por reformas e deve ser liberada no final de setembro. Enquanto a obra não termina, Gol e Latam, com seus jatos maiores, vão enviar seus voos da ponte aérea de Congonhas para o Galeão.

A ponte aérea Rio-São Paulo é a rota mais movimentada do Brasil, com mais 39.000 partidas por ano, e a quarta no mundo, segundo o ranking da OAG. A Azul vai participar do trecho com 16 voos diários dos aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, das 7h25 às 22h25.

Terminada as obras na pista principal do aeroporto central no Rio de Janeiro, a Azul vai operar na rota com jatos A320 com maior capacidade.

“Pessoal, chegamos. Viva a concorrência. O aeroporto de Congonhas é o principal terminal doméstico do país e a ponte-aérea é o quarto maior mercado do mundo e a Azul vai entrar forte neste mercado, oferecendo mais uma opção nessa rota. Ampliar a concorrência só traz benefícios para os consumidores. A presença de mais empresas aqui ajudará a baixar os preços das tarifas e aumentar a qualidade do serviço de todas as empresas”, disse John Rodgerson, presidente da Azul, antes do início do processo do embarque em São Paulo.

A Azul conseguiu entrar na ponte-aérea ao herdar 15 slots em Congonhas que pertenciam à Avianca Brasil – os demais slots foram distribuídos entre a Passaredo (14) e MAP (12). Para acrescentar mais voos na rota, a empresa suspendeu as partidas de Congonhas para Curitiba e Porto Alegre.

Segundo o site Kayak, de pesquisa de preços, apenas com a entrada da Azul na disputa da ponte aérea, a média de preço das passagens caiu mais de 40%. Sem a Avianca, a oferta caiu, afetando os valores nos últimos meses.

Rota histórica

Ponte Aérea foi o termo criado em 1959 pelas companhias Varig, Vasp e Cruzeiro do Sul após um acordo para evitar concorrência na rota entre São Paulo e o Rio de Janeiro. Para impedir que os aviões decolassem vazios, as empresas combinaram de escalonar alternadamente os voos a cada 60 minutos, aceitando-se entre si os seus bilhetes.

Varig teve 15 unidades do Electra
A Varig teve 15 turbo-hélices Electra, todos dedicados na ponte aérea Rio-São Paulo

Antes operada por aeronaves rústicas, como os antigos DC-3 e DC-4, a ponte aérea ganhou seus anos de maior glória com os Electra, que dominaram a rota entre 1974 e 1991, até serem substituídos por jatos.

Nos anos 1990, a TAM com seus Fokker 100 criou sua própria própria ponte aérea e a parceria entre a companhias Varig e VASP na rota foi encerrada – a Cruzeiro do Sul foi adquirida pela Varig em 1975 e seus aviões operavam integrados.

Veja mais: Ponte Aérea Rio-São Paulo completa 60 anos como “latifúndio aéreo”

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