Foram necessários 18 meses para que a LATAM enfim apresentasse seu plano de reorganização financeira a fim de providenciar sua saída do “Chapter 11”, legislação de recuperação judicial nos EUA a qual a empresa aérea aderiu em maio de 2020.
Nesta sexta-feira (26), o grupo sediado no Chile enfim revelou como pretende reorganizar suas dívidas depois de vários adiamentos solicitados à Justiça de Nova York, onde o processo foi registrado.
Pelo plano divulgado, haverá uma injeção de US$ 8,19 bilhões (cerca de R$ 46 bilhões), entre capital novo, títulos conversíveis e dívida, afirmou a companhia.
Após a saída do Chapter 11, a LATAM deverá ter uma dívida total de US$ 7,26 bilhões (quase R$ 41 bilhões) e liquidez de cerca de US$ 2,67 bilhões. Os montantes foram considerados adequados para o atual período de incerteza na aviação mundial.
O plano prevê a emissão de ações ordinárias no valor de US$ 800 milhões, que será aberta a todos os acionistas da LATAM. A empresa também lançará três classes distintas de títulos conversíveis e que serão oferecidos preferencialmente aos acionistas.
Além disso, a companhia aérea pretende levantar US$ 500 milhões em nova linha de crédito rotativo e cerca de US$ 2,25 bilhões em financiamentos de suas dívidas.
Por fim, a LATAM afirmou que irá fazer uso do expediente previsto na legislação americana que permite o refinanciamento e alteração dos contratos de leasing anteriores ao processo de recuperação.
Acordo com os principais credores
Para viabilizar o plano, a empresa chilena anunciou ter chegado a um Acordo de Apoio à Reestruturação (RSA em inglês) com o maior grupo credor da LATAM, o Ad Hoc, além de alguns acionistas não citados.
“Os últimos dois anos foram marcados por dificuldades em todo o mundo: perdemos amigos e familiares, colegas e entes queridos. Assim enfrentamos a maior crise da aviação que, na prática, paralisou o setor aéreo. Apesar do nosso processo ainda não ter terminado, alcançamos um marco fundamental no caminho para um futuro financeiro mais sólido”, afirmou Roberto Alvo, CEO do LATAM Airlines.
Agora, a LATAM apresentará o plano à corte dos EUA em janeiro de 2022, processo que deve durar até março.