Depois de quase 50 anos, a carreira dos caças F-4 Phantom II do Japão em funções de combate chegaram ao fim. A despedida dos antigos jatos da força aérea japonesa foi formalizada na última sexta-feira (20).
A cerimônia que marcou a retirada dos F-4 no país ocorreu na Base Aérea de Hyakuri, sede do esquadrão 301 Hikotai, a última divisão nipônica que ainda operava 24 exemplares da aeronave. Algumas unidades ainda serão mantidas pela central de testes de voo e desenvolvimento da força aérea do Japão.
A história do Phantom no Japão começou em 1968 quando o caça da McDonnel Douglas foi selecionado pela força aérea do país, com um pedido de 140 jatos da versão F-4EJ. Exceto pelos dois primeiros caças recebidos pelos japoneses, todos os outros foram produzidos localmente sob licença pelo grupo Mitsubishi Heavy Industries (MHI).
O par inicial de aeronaves, produzidas nos EUA, pousou no Japão em 25 de julho de 1971. Um ano depois, os caças foram declarados operacionais no país. A força aérea japonesa também adquiriu a versão RF-4E desarmada para missões de reconhecimento – desativados no começo deste ano.
A indústria japonesa foi responsável pela produção do último dos 5.195 exemplares do F-4. O modelo F-4EJ com número de série 17-8440 deixou a linha de montagem da MHI em 21 de julho de 1981. No ano seguinte, o Japão iniciou um amplo programa de modernização da frota, que converteu 96 jatos para o padrão F-4EK Kai (“aprimorado”, em japonês).
Em seu auge no Japão, o F-4EJ foi operado por seis esquadrões da força aérea japonesa, distribuídos por quatro bases. A maioria desses grupos foi gradualmente reequipada com aeronaves mais modernizas e capazes, como o F-15J e o caça multifuncional Mitsubishi F-2 (versão local do F-16).
Salto de três gerações
Um dos mais icônicos caças de segunda geração, o F-4 agora cederá seu espaço na força aérea japonesa ao Lockheed Martin F-35A, um jato de quinta geração e atualmente um dos mais avançados do mundo, com capacidade furtiva (“invisível” aos radares) e um moderno leque de armamentos e sensores.
A introdução do F-35 no Japão está seguindo os mesmos passos dos programas Phantom e F-15J. A exemplo dos modelos mais antigos, o caça de última geração também passou a ser produzido sob licença pela MHI, após a entrega de quatro modelos importados dos EUA. Os japoneses também encomendaram a versão F-35B, de pouso de decolagem verticais.
A desativação dos Phantom acontece num momento em que o Japão está intensificando seus gastos militares para modernizar suas forças armadas em resposta às crescentes ameaças à segurança nacional, especialmente da China e Coreia do Norte. Além da aquisição dos F-35, os japoneses também estão desenvolvendo um caça de quinta geração.
Com a aposentaria dos F-4 no Japão, os últimos operadores do “Fantasma” agora são as forças aéreas da Coreia do Sul, Grécia, Turquia e Irã.
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