A agência de aviação civil dos EUA, a FAA (Federal Aviation Administration), restabeleceu nesta quarta-feira (18) o certificado de operação do Boeing 737 MAX, que foi suspenso em 13 de março e levou ao aterramento da aeronave. A nova aprovação abre o caminho para as transportadoras norte-americanas iniciarem a retomada dos serviços com o jato.
Uma nova Diretriz de Aeronavegabilidade emitida pela FAA especifica os requisitos que devem ser atendidos antes que as companhias americanas possam retomar o serviço com os jatos, incluindo a instalação de melhorias de software e treinamento de pilotos.
Até a ordem de aterramento, a fabricante norte-americana entregou 387 jatos da nova geração (modelos MAX 8 e MAX 9) para quase 50 empresas aéreas. A FAA ainda realizará análises individuais em cada um dos mais de 450 modelos 737 MAX que ficaram retidos em instalações da Boeing durante o aterramento. Em seguida, esses aviões serão homologados e certificados para exportação (se necessário) de acordo com os novos requisitos.
“Nunca esqueceremos as vidas perdidas nos dois trágicos acidentes que levaram à decisão de suspender as operações”, disse David Calhoun, CEO da The Boeing Company. “Esses eventos e as lições que aprendemos como resultado remodelaram nossa empresa e focalizaram ainda mais nossa atenção em nossos valores fundamentais de segurança, qualidade e integridade”.
No comunicado sobre o retorno da aeronave, a Boeing em nenhum momento cita o avião pelo nome MAX. Em vez disso, a empresa chama os aviões de “737-8” e “737-9”.
O que vai acontecer em outros países?
O autorização emitida hoje pela FAA vale apenas para as companhias aérea dos EUA. Portanto, para o avião da Boeing voltar a voar em outras regiões ele precisa ser certificado novamente por órgãos reguladores de outros países. De modo geral, as agências de aviação civil ao redor do mundo seguem o mesmo regulamento criado pela entidade norte-americana.
Os voos de certificação do 737 MAX com as atualizações foram conduzidos pelo Joint Operations Evaluations Board (JOEB – Conselho de Avaliação de Operações Conjuntos), que inclui as agências reguladoras dos EUA, Canadá, Europa e a ANAC do Brasil.
Naturalmente, as agências dos países que participam do JOEB devem sair na frente e liberar as operações com o 737 MAX nos próximos dias. Única operadora do modelo no Brasil, a Gol informou no início deste mês que pretende retomar os voos com a aeronave até o final de dezembro.
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