Um dos aviões mais longevos da história, o monomotor PC-6 Turbo Porter está se despedindo da linha de montagem da Pilatus Aircraft em Stans, na Suíça, após 63 anos de produção ininterrupta. O último exemplar do clássico monomotor, destinado a um cliente na Indonésia, está sendo preparado para ser entregue nos próximos dias.
A descontinuação do PC-6 foi anunciada pela Pilatus em 2017. Na ocasião, a fabricante avisou ao mercado que aceitaria pedidos pela aeronave até 2018 e que a produção seria encerrada em 2019. Contudo, a pandemia de Covid-19 acabou adiando o fim da linha da aeronave para este ano. Ao todo, incluindo o último aparelho em fase final de construção e exemplares montados Fairchild Hiller nos EUA, foram produzidos 604 unidades do avião desde 1959.
Com o fim da linha do PC-6, motivado pela baixa procura nos últimos anos, a Pilatus poderá abrir mais espaço em sua fábrica para aumentar a produção do jato executivo PC-24, aeronave que vem contribuindo significativamente para expandir os negócios da fabricante suíça.
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Avião simples, performance excepcional
Quando projetou o PC-6, a Pilatus mirava o mercado de aviões utilitários que pudessem operar em quaisquer condições, incluindo pousar em pistas despreparadas e curtas – ou mesmo em locais minimamente planos. Por essa razão, a aeronave tem um desenho simples, com asa alta de grande área alar e fuselagem feita com materiais que exigem pouca manutenção. Os enormes pneus de baixa pressão do trem de pouso fixo também permitem que o aparelho pouse e decole praticamente de qualquer local.
Mas é no desempenho STOL (Short Takeoff and Landing/Decolagem e Pouso Curtos) que o Porter (e o Turbo Porter, com motor turboélice) impressiona. Ele é capaz de decolar em trechos com menos de 200 metros de comprimento e pousar num espaço ainda menor: 127 metros. Graças às duas imensas asas e flapes especiais, o PC-6 consegue se manter sustentado no ar a somente 96 km/h.
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Por essas qualidades, o PC-6 tem uma carreira versátil, servindo como avião ambulância, fotografia aérea, lançamento de paraquedistas, entre outras funções. Um dos casos mais interessantes a seu respeito é ter batido o recorde de pouso e decolagem em altitude, obtido no Nepal, quando operou a mais de 5.750 metros de altitude. Ele também é um dos aviões usados no aeroporto de Lukla, próximo do monte Everest e conhecido pela curta e inclinada pista de apenas 530 metros.
Certamente, as excepcionais qualidades do PC-6 continuarão a ser exploradas por muito tempo ainda.