Após o acidente nesse domingo com um jato Boeing 737 MAX 8 da Ethiopian Airlines que deixou 189 mortos, a companhia da Etiópia aterrou toda sua frota de aeronave desse tipo sob “precaução extra de segurança”. A anuncio da companhia etíope foi seguido pela Cayman Airways, das Ilhas Cayman, e as autoridades de aviação civil da China e Indonésia, que ordenaram a paralisação de todos os 737 MAX 8 em operações no país (mais de 100 aeronaves) até um maiores esclarecimentos sobre a queda do avião na África.
Esse foi o segundo acidente com um Boeing 737 MAX 8 em menos de seis meses. Em outubro de 2018, um jato da companhia aérea Lion Air caiu no mar de Java, na Indonésia, matando todos os 189 ocupantes. Ambos os acidentes estão sob investigação e não há evidências de uma ligação entre os dois, mas as semelhanças nos incidentes provocaram cautela na aviação comercial.
Os jatos da Ethiopian e da Lion Air que caíram eram novos e os dois acidentes aconteceram poucos minutos após a decolagem. Em comunicado, a autoridade de aviação chinesa informou que ordenou a paralisação pois os aviões e as circunstâncias dos incidentes “compartilham certas semelhanças”.
A Boeing enviou equipes técnicas para o local do acidente para acompanhar as investigações da queda do 737 MAX. O FAA, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, declarou que também está acompanhando a questão de perto.
“Nesse caso, uma comissão de investigação é formada com a participação da Boeing, do FAA, do fabricante dos motores e da autoridade de aviação da Etiópia. Caso alguma coisa seja detectada, urgentemente uma AD (Diretriz de Aeronavegabilidade) é emitida alertando toda a frota mundial para que ações corretivas sejam tomadas pelos operadores”, explica Shailon Ian, engenheiro aeroespacial, ex-tenente da Força Aérea Brasileira e presidente da consultoria Vinci Aeronáutica.
“O 737 MAX incorpora vários modificações e evoluções em seu projeto. É uma família de aeronaves com indicadores de acidentes muito baixo”, acrescentou o especialista.
A série MAX é nova geração do Boeing 737, a quarta nos mias de 50 anos da série na aviação comercial. O modelo renovado iniciou sua carreira em maio de 2017 e desde então a fabricante norte-americana já entregou mais de 350 unidades da aeronave de uma lista de pedidos que passa de 5.100 aviões para companhias aéreas do mundo todo.
Em contato com o Airway, a ANAC informou que tem acompanhado as notícias do acidente e lamentou a queda do avião. A agência disse mantém contato com a Boeing e o FAA, a autoridade certificadora original do novo 737 MAX 8. A agência ainda ressaltou que possui um processo chamado “Aeronavegabilidade Continuada”, que é dedicado a acompanhar toda a frota em operação no Brasil.
“Como produto deste processo, medidas que visem corrigir ou aprimorar componentes e procedimentos podem ser tomadas. Em casos extremos, dada a reconhecida probabilidade de repetição, bem como a gravidade dos dados disponíveis, a autoridade certificadora original ou a ANAC, baseado em uma avaliação de risco, pode emitir Diretrizes de Aeronavegabilidade com limitações à operação da frota da aeronave”, comentou a ANAC.
No Brasil, o 737 MAX 8 é operado pela companhia aérea Gol. A empresa apresentou seu primeiro avião da nova série em agosto de 2018 no aeroporto de Congonhas e desde então recebeu sete aeronaves. O pedido da companhia compreende um total 135 unidades do 737 MAX 8 e mais 30 jatos 737 MAX 10, modelo ainda em fase de desenvolvimento pelo fabricante.
Por meio de nota oficial, a Gol lamentou o acidente com a companhia Ethiopian Airlines, mas não manifestou nenhuma intenção de parar sua frota de jatos 737 MAX. A empresa informou que reitera a confiança na segurança da sua operação e que está acompanhando as investigações e mantém contato próximo com a Boeing para esclarecimentos.
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Por isso algumas Cias Aéreas diversificam sua frota com aviões Boeing e Airbus.
Depois ainda metem o pau na Airbus por causa da automação.