Na semana passada, a Tarmac Aerosave, empresa francesa de manutenção aeronáutica, publicou um post no Twitter (confira abaixo) celebrando a conclusão da reativação e retorno aos céus de um Airbus A350-900 da Azul Linhas Aéreas que permaneceu estocado por mais de dois anos.
O modelo em questão que decolou recentemente da sede da Tarmac, no aeroporto de Tarbes Lourdes, no sul da França, é um dos quatro jatos A350 registrados em nome da Azul. Esses aviões foram encomendados em 2014, mas a companhia brasileira, quando estava prestes a receber a primeira unidade em 2017, desistiu de operar a aeronave e optou por reforçar sua frota de longo alcance com o leasing do menor A330-900neo.
Em vez de receber os A350, a Azul decidiu repassá-los ao grupo chinês Hainan Airlines (HNA) e as aeronaves foram operadas pela Hong Kong Airlines, subsidiária do HNA. Os aviões, inclusive, ainda mantêm o padrão de pintura da empresa asiática.
[#CustomerSatisfaction] One more successful departure! This #A350 arrived in February 2020 for a long term #AircraftStorage is back to sky after RTS and bridging check. 🛫
Thanks to our customer @azulinhasaereas for the testimonial! ☺️👇 1/3 pic.twitter.com/10yQOfZT9V
— TARMAC Aerosave (@TarmacAerosave) June 9, 2022
A companhia chinesa, no entanto, enfrentou dificuldades financeiras durante o pico da pandemia de Covid-19 e os jatos foram armazenados em 2020 – o HNA também era um importante acionista da Azul, mas acabou de desfazendo de suas ações.
Questionada pelo Airway se pretende integrar os A350 em sua frota e quando isso pode acontecer, a Azul enviou uma resposta vaga. “A Azul segue trabalhando em seu plano de renovação de frota, já anunciado no passado. Em relação a este assunto [se a empresa pretende operar os A350], novos detalhes deverão ser anunciados em momento oportuno.”
O post da Tarmac na rede social, no entanto, indica que a Azul está sim interessada em voar com o A350 e cita até um comentário a respeito da empresa brasileira e a reativação da aeronave que voava com a Hong Kong Airlines. “Que conquista! Estamos profundamente envolvidos na entrada em serviço do A350 na Azul. Este é de longe o nosso projeto mais importante no pós-Covid.”
O que pode ter mudado?
O silêncio da Azul é esperado já que a companhia aérea negocia ações na bolsa de valores e qualquer plano como esse precisa ser avisado aos seus acionistas e ao mercado. Já a possível mudança de opinião a respeito do A350 pode envolver a crescente demanda do tráfego aéreo internacional após a crise sanitária provocada pela Covid-19.
Muitas empresas aéreas têm repensado a aposentadoria de jatos de grande capacidade por conta da necessidade de transportar mais pessoas em rotas transoceânicas. A Azul, particularmente, não tem uma malha internacional extensa, mas nada impede a companhia de ter voltado a planejar sua expansão. Até antes da pandemia, a empresa pleiteava voos para destinos como Nova York, por exemplo.
Bem mais espaçoso que o A330neo, o A350 também é um jato eficiente além de oferecer uma experiência a bordo superior. Será nesse caso o retorno da aeronave da Airbus à frota brasileira após a LATAM ter decidido devolver seus aviões do modelo.
Agradeça ao Putin e às sanções impostas a Aeroflot teremos o A350 de volta numa frota Brasileira.