Após falhas no Airbus A220, ANAC exige atualização no Embraer E195-E2

Operadores do A220 relataram falhas no motor PW1500G, que é semelhante ao usado no E195-E2
A Embraer estuda montar uma fábrica na China após a estreia do E195-E2, em 2019 (Embraer)

Companhias aéreas operadoras do Embraer E195-E2 foram instruídas a atualizar o software de controle eletrônico do motor do avião após repetidas falhas nos motores do Airbus A220.

As duas aeronaves são impulsionadas por turbofans Pratt & Whitney da família “PurePower”: o modelo da Airbus usa o PW1500G, enquanto o jato da Embraer é equipado com o PW1900G.

Embora sejam diferentes, os motores usados nas duas aeronaves compartilham uma série de semelhanças, o que justificou a atualização no jato regional da Embraer.

Os problemas nos motores do A220 foram relatados primeiramente pela companhia aérea Swiss. Ao todo, a empresa registrou três ocorrências de falhas no PW1500G, entre julho e outubro de 2019. No ano seguinte foi a vez da AirBaltic, que também anotou uma falha de motor na aeronave.

Após os incidentes, a autoridade de aviação civil do Canadá (Transport Canada), a primeira a certificar o A220 (ex-Bombardier CSeries), emitiu em outubro de 2019 uma diretriz de aeronavegabilidade (AD) de emergência orientando operadores a reduzirem a potência do motor em certas condições.

A presença do CSeries ainda é pequena no mercado: foram entregues cerca de 30 jatos para três companhias (Bombardier)
A Swiss relatou três falhas de motores no A220 (Divulgação)

No ano seguinte, em abril, a Administração Federal de Aviação dos EUA lançou uma nova AD para o A220, solicitando a substituição do software de controle eletrônico do motor. Na época, a agência americana apontou que a causa das falhas era induzida por um fenômeno de ressonância acústica, com risco de danos no rotor do compressor de baixa pressão.

Embora o E195-E2 não tenha apresentado nenhuma falha nos motores, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) do Brasil ordenou em julho de 2020 que os operadores da aeronave limitassem a potência dos motores em voos acima de 33.000 pés (10.058 metros) de altitude.

No despacho mais recente, de 24 de março, a ANAC agora pede aos operadores do E195-E2 que atualizem o software de controle eletrônico do motor PW1900G para a nova versão nos próximos 12 meses. A ação da agência brasileira é provisória e posteriormente outras medidas podem ser adicionadas, dependendo da evolução das investigações sobre as falhas nos motores do A220.

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