O fracasso do programa SpaceJet, da Mitsubishi, que pretendia ser um rival para os E-Jets da Embraer, foi duro para os japoneses no ano passado. Mas eles não desistiram.
O governo do país asiático lançou nesta quarta-feira, 27, as bases para o projeto de um jato comercial de nova geração.
Bancado pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria japonês, o novo avião de passageiros deverá contar com propulsão sustentável, possivelmente hidrogênio, e entrar em serviço por volta de 2035.
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Mas em vez de ser liderado por uma empresa privada, como ocorreu com o SpaceJet, a futura aeronave será desenvolvida por um pool de fabricantes japoneses e com grande suporte financeiro do governo.
A estimativa é que o projeto receba ao menos 5 trilhões de ienes (cerca de R$ 165 bilhões) do governo do país.
“O Japão precisa mergulhar em territórios lucrativos e que forneçam valor, além de fornecer algumas peças para a indústria aérea”, disse Masuo Kuremura, diretor da divisão da indústria aeroespacial e de defesa do ministério.
Entre as empresas cogitadas para participar do programa estão a Kawasaki Heavy Industries e a própria Mitsubishi.
O governo japonês, não elaborou sobre a categoria da aeronave, mas entende-se que o mais provável é um jato de corredor único, que possui mais demanda no mercado de viagens aéreas.
Processo de certificação
Desde o fim do programa SpaceJet, autoridades governamentais tem lamentado a falta de experiência da Mitsubishi em lidar com os trâmites para certificar uma aeronave comercial.
Nascido como MRJ (Mitsubishi Regional Jet), o jato regional aparentava ser uma aeronave eficiente e capaz de concorrer com os E-Jets da Embraer.
Mas mesmo com o apoio de alguns clientes de lançamento, incluindo a All Nippon Airways, e o investimento de 50 bilhões de ienes do governo, o SpaceJet sucumbiu a atrasos e custos exorbitantes.
A Mitsubishi chegou a levar alguns dos protótipos do M90, a versão de 100 assentos, para os Estados Unidos, a fim de acelerar o processo de certificação, mas sem sucesso.
Para evitar novos imprevistos, o plano é buscar know-how em fabricantes estabelecidos como a Boeing.
Tanto dinheiro público assim é subsídio pesado, antigamente havia a OMC para conflitos sobre subsídios. Resta saber a fatia de quem este consórcio quer subtrair. Se for um projeto de avião regional, aí teremos a Airbus com o ZeroE, e agora o Japão como concorrente para 2035. Ambos com subsídios governamentais pesados.
Essa dificuldade que o Japão tem de construir um avião comercial viável, só nos enche de orgulho por ter uma empresa brasileira de sucesso que já está na estrada há décadas, construindo ícones como o ERJ 145, o E175 ,E190, E195, E195E2… sim, temos muito orgulho da nossa EMBRAER !!