A estreia do jato regional chinês C909 (antigo ARJ21) no Vietnã ganhou contornos de suspense enquanto a autoridade de aviação civil do país asiático ainda avalia autorizar a operação da aeronave pela VietJet.
Segundo a mídia local, a maior companhia aérea privada do país fechou um acordo de wet-lease com a Chengdu Airlines, que deveria ter tido início em 15 de janeiro com a operação de dois C909.
As aeronaves serão usadas para voos até o arquipélago de Con Dao, de grande apelo turístico, mas que não tem infraestrutura aeroportuária capaz de receber grandes jatos.
As matrículas dos aviões C909 são até conhecidas, os jatos B-652G e B-656E, que não voam pela Chengdu desde o final do ano passado.
Segundo a Reuters, a Vietjet planejava arrendar dois Embraer E190 de segunda mão e até a contratação de tripulantes chegou a ser iniciada. Porém, o acordo foi frustrado no final do ano passado por razões não esclarecidas.
A mudança de rumo pode ter ocorrido após os chineses terem feito uma oferta financeira “muito boa para ser recusada”, de acordo com uma fonte com conhecimento do assunto.
Ofensiva internacional da COMAC
A despeito de ainda ter uma capacidade limitada de produção de aeronaves comerciais, a estatal COMAC iniciou uma grande ofensiva em busca de clientes estrangeiros para seus modelos C909 e C919.
As aeronaves ainda dependem de certificados de tipos para operar em quase todos os países fora da China. Até o momento, apenas a Trans Nusa, da Indonésia, tem dois C909 em sua frota, o primeiro deles entregue em dezembro de 2022.
Focada no mercado de lazer, a VietJet possui uma frota de 114 aeronaves formada apenas por jatos da Airbus, entre modelos A320, A321 e A330.