Depois de ser proibido de entrar em águas territoriais da Turquia e de Gibraltar, o rebocador que transporta o casco do porta-aviões NAe São Paulo deu meia volta e está retornando ao Brasil. Segundo dados da plataforma de rastreamento de embarcações Marine Traffic, o ex-navio da Marinha do Brasil deve chegar ao Rio de Janeiro em 2 de outubro.
O retorno do porta-aviões desativado é uma determinação do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). No fim de agosto, o órgão brasileiro acatou a reclamação do governo turco sobre a ausência de um inventário detalhado sobre a quantidade de materiais tóxicos a bordo da embarcação, sobretudo amianto, e cancelou a autorização que permitia o envio do barco para o desmantelamento no porto de Aliaga, na Turquia.
Arrematado como sucata por representantes brasileiros do estaleiro turco Sok Denizcilikve Tic em março de 2021 por R$ 10,5 milhões, a embarcação iniciou a viagem rumo a Turquia em 4 de agosto. A entrada do navio no território turco, no entanto, estava condicionada ao envio do relatório de substâncias tóxicas presente na embarcação, que vinha sendo exigido pelas autoridades turcas em contato com o governo brasileiro desde 9 de agosto. Sem a resposta de Brasília, a permissão de entrada do barco no litoral do país, emitida em 30 de maio, foi revogada.
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O rebocador que transporta o porta-aviões iniciou o retorno ao Brasil quando se encontrava na altura da costa do Marrocos, próximo a entrada do Estreito de Gibraltar que dá acesso ao Mar Mediterrâneo na Europa. A previsão original apontava a chegada do comboio na Turquia em 11 de setembro. Ainda não há informações sobre o local onde o casco do navio aeródromo será atracado novamente no Rio de Janeiro.
Maior navio de guerra do Brasil
O navio-aeródromo São Paulo chegou às mãos da Marinha do Brasil no ano 2000, comprado da França por US$ 12 milhões durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. O navio foi o substituto do NAeL Minas Gerais, que operou no Brasil entre 1960 e 2001.
Quando ainda estava ativo, o São Paulo era o porta-aviões mais antigo do mundo em operação. A embarcação foi lançada ao mar em 1960 e serviu com a marinha da França com o nome FS Foch, de 1963 até 2000. Sob a identidade francesa, o navio de 32,8 mil toneladas e 265 metros de comprimento atuou em frentes de combate na África, Oriente Médio e na Europa.
Com a Marinha do Brasil, no entanto, a embarcação teve uma carreira curta e bastante conturbada, marcada por uma série de problemas mecânicos e acidentes. Por esses percalços, o navio passou mais tempo parado do que navegando. Em fevereiro de 2017, após desistir de atualizar o porta-aviões, o comando naval decidiu desativar o NAe São Paulo em definitivo.
Segundo dados da marinha brasileira, o São Paulo permaneceu um total de 206 dias no mar, navegou por 54.024,6 milhas (85.334 km) e realizou 566 catapultagens de aeronaves. A principal aeronave operada na embarcação foi o caça naval AF-1, designação nacional para o McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, hoje operados a partir de bases terrestres.
Porta-aviões gêmeo, Clemenceau passou por situação parecida
O Clemenceau, irmão do Foch, que foi desmantelado no Reino Unido entre 2009 e 2010, teria cerca de 760 toneladas da substância retirada de seu casco. Desativado em 1997, o porta-aviões foi vendido para uma empresa espanhola em 2003, que pretendia desmontá-lo também na Turquia, mas a França cancelou o acordo.
Dois anos depois, o governo francês tentou levá-lo para a Índia, onde outro porta-aviões brasileiro, o Minas Gerais, foi desmontado sem quaisquer cuidados.
A tentativa foi frustrada pelo Egito, que impediu que o Clemenceau passasse pelo Canal de Suez. Após discussões prolongadas, a França decidiu trazer o navio de volta. Em 2008, finalmente o porta-aviões seguiu para Hartlepool, no norte da Inglaterra, onde a empresa Able UK o desmontou.
Os Francesas na época comemoraram. Teriam que pagar milhões pra se livrarem da sucata e ao invés disso receberam milhões ao venderem a mesma sucata para a marinha brasileira. Rsrs. Só deu despesa durante o uso e ainda teremos que ficar com os resíduos tóxicos. Esse é o nosso Brasil. Pq não investirmos em porta aviões novos e modernos . Com o tamanho da costa brasileira seria investimentos necessário. Temos recursos pra isso, mesmo sendo um país pacífico.
Existe uma solução mais econômica, mais segura e que gerará emprego, renda, preservação da história aeronaval brasileira, inclusão, cidadania e educação, além de entretenimento. É a transformação do NAe 14 em um museu aeronaval, com hotelaria, gastronomia e shopping, além de abrigar vários projetos sociais e de turismo de aventura. Visite o site do Instituto São Paulo/Foch e conheça esse projeto.
Eu acho que esse porta avião deveria ser enviado para o Rio Amazonas e ficar o mais próximo possível das fronteiras com a Bolívia e da Colômbia, e com isso, servir de base para missões áreas com os super-ticanos de combate ao narcotráfico das issas fronteiras.
É a chance de remodelar e aprender fazer um novo, como a China e Índia fez.
Por que utilizar no titula da manchete
“Porta aviões São Paulo? Deixou de ser desde o seu descontigenciamento.
Inacreditável o fato que está ocorrendo.
É pra arrebentar mais ainda com a imagem do Brasil lá fora.
Vai ter um idiota que vai querer colocar essa sucata como museu. E o pior vai colocar o pessoal da ativa de babá de um ferro velho inútil. Afunda esse mizeravel logo…
Deveriam fazer dele um cassino flutuante e ganhar uma graninha com os jogadores, né???
Eu pagaria para visitar o porta aviões com certeza. Seria uma atração turística incrível.
Seria interessante para o Brasil seguir os passos da índia e china, que modernizaram seus portas aviões velhos e hoje estão em plena operação em suas marinhas , o porta aviões são Paulo pode passar por uma reforma desse tipo só passa interessante das nossas autoridades .
Tá aí a primeira missão de nosso novo submarino Riachuelo afundar essa banheira velha antes de entrar em nossas águas.
Acho que pode ser bem utilizado, como museu… enfim, pra Turismo. Devidamente ATRACADO.
se não tinha a documentacao necessário porque o ibama autorizou a partida?
Podia pegar um lutador medalhista de box olímpico e pedir p/ o mesmo mandar um soco no casco deste porta – aviões e manda – lo a pique e então o problema estaria resolvido.
Mais um para poluir a baia da guanabara e virar ferro velho poderíamos transforma-lo em um presidio a 199 Nm da costa
Agora vejo que a Turquia tem razão, tem vários comentários aqui para que afundem o navio, mesmo sem saber dos impactos ambientais e que material contaminante existe nele. Se o Brasil não está preocupado com seu próprio bioma marinho quem dirá de outros países.