Após vários adiamentos e longos ensaios no solo, a Boom Supersonic enfim concluiu o primeiro voo do XB-1, avião demonstrador que será usado para testar as tecnologias de voo supersônico que serão usadas no Overture, jato de passageiros capaz de voar a Mach 1.7.
Com o piloto de testes da Boom Bill “Doc” Shoemaker no comando, o XB-1 decolou nesta sexta-feira, 22, do Mojave Air & Space Port em Mojave, na Califórnia.
Segundo a Boom, o primeiro voo atingiu uma altitude de 7.120 pés e velocidades de até 238 nós, com a aeronave permanecendo no ar por cerca de 12 minutos.
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“Todos na equipe XB-1 deveriam estar extremamente orgulhosos desta conquista”, disse Shoemaker. “Foi um privilégio compartilhar essa jornada com tantos profissionais dedicados e talentosos. A experiência que adquirimos ao atingir este marco será inestimável para o renascimento das viagens supersônicas no Boom”.
Conceito do Overture diferente do XB-1
A Boom foi fundada em 2014 por Blake Scholl, que foi um dos principais executivos da Amazon e do Groupon. O intuito é de retomar os voos supersônicos de passageiros, encerrados em 2003 com a aposentadoria do Concorde.
Desde então, Scholl tem reunido investidores e atraído alguns potenciais clientes como a United Airlines e a American Airlines.
A despeito dos planos ambiciosos, a Boom tem sofrido com alguns imprevistos como perder o apoio da Rolls-Royce no desenvolvimento dos motores da aeronave.
Como solução, a empresa contratou vários parceiros para produzir o Symphony, um turbofan derivado de motores militares.
O XB-1 foi apresentado em 2020 com a meta de voar pela primeira vez em 2021. Nesse meio tempo, a Boom mudou o projeto do Overture, que antes se assemelhava ao demonstrador.
O protótipo possui três motores turbojato J85 instalados na cauda e asas delta de pequena área alar. Já o Overture terá quatro motores sob as asas e uma fuselagem acinturada que relembra o projeto Boeing 2707.
Mas o futuro jato supersônico para até 80 passageiros não deverá resolver um dos grandes dilemas da tecnologia, o ruído gerado pelo rompimento da barreira do som, impedindo sua operação em certas regiões.
O desafio de criar uma aeronave capaz de voar sobre áreas populosas em velocidades supersônicas foi assumido pela NASA e a a Lockheed Martin com o protótipo X-59, que testará conceito inéditos para retardar o ‘boom’ supersônico.
A despeito do longo caminho pela frente, a Boom Supersnonic continua otimista, afirmando que sua aeronave será produzida em breve em uma fábrica na Flórida e que tem 130 pedidos e pré-encomendas.