Argentina cogita aluguel de caças F-5 do Brasil

País não conta com aeronaves supersônicas desde 2015; encontro da cúpula do G20 em Buenos Aires preocupa força aérea argentina
O F-5 é atualmente o principal caça de defesa aérea do Brasil (FAB)
O F-5 é atualmente o principal caça de defesa aérea do Brasil (FAB)
O F-5 é atualmente o principal caça de defesa aérea do Brasil (FAB)
O F-5 é atualmente o principal caça de defesa aérea do Brasil (FAB)

Sem contar com aeronaves supersônicas desde dezembro de 2015, a força aérea da Argentina cogita recorrer ao Brasil para solucionar esse problema. Segundo reportagem publicada no jornal Clarín, o país vizinho estuda a possibilidade de alugar caças Northrop F-5 da Força Aérea Brasileira (FAB) para proteger os céus de Buenos Aires durante o encontro de líderes do G20, programado para junho de 2018.

Como aponta a publicação, a questão foi explorada entre o chefe da aeronáutica, o General de Brigada Enrique Amrein, e o comandante da FAB, Nivaldo Rossato, em visita que fez a Bariloche, em 5 de agosto. O acordo pode transferir temporariamente de duas a quatro aeronaves da força brasileira aos militares argentinos.

O jornal ainda menciona que, se o acordo de fato for adiante, os F-5 serão comandados por pilotos da própria força aérea argentina, que já realizaram treinamentos com esse tipo de aeronaves em intercâmbio com a Espanha.

“Sem interceptadores, não estamos em condições de repelir uma agressão por meios aéreos. O G20 é um desafio, será evidente que não podemos cumprir nossa responsabilidade institucional. É por isso que a alternativa dos F-5 está sendo avaliada”, disseram à publicação fontes aeronáuticas.

Além de não contar com caças supersônicos, a Argentina também corre o risco de ficar sem jatos de combate até a data do encontro. A força atual, composta por cerca de 12 modelos McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, jato veterano de desempenho subsônico, estão programados para serem desativados justamente em meados de 2018.

Outra possibilidade para proteger os céus do país durante a reunião do G20 na capital portenha é promovida pela marinha argentina. O grupo busca uma autorização e investimento do governo para reativar nove caças-bombardeiros Dassault-Breguet Super Étendard, pertencentes à aviação naval. Como aponta o jornal, a força possui somente um modelo em condições de voo.

A maior parte dos antigos Super Étendard argentinos estão estocados (Armada Argentina)
A maior parte dos antigos Super Étendard argentinos estão estocados (Armada Argentina)

As últimas aeronaves capazes de voar em regime supersônico em operação da Argentina foram o Dassault Mirage III, aposentados no final de 2015.

Essa será a primeira vez que um país da América do Sul sedia um encontro do G20, grupo que reúne governantes dos países mais ricos do mundo e nações emergentes.

Aluguel não é novidade

Se o acordo de aluguel dos caças F-5 for adiante, essa não será a primeira vez que o Brasil aluga aviões militares a Argentina. Em 1982, em meio a Guerra das Malvinas, contra a Inglaterra, os argentinos alugaram da FAB dois modelos de patrulha naval Embraer P-95 Bandeirulha e mais 11 jatos Xavante.

Na época, os ingleses reclamaram do aluguel dos aviões e chamaram o embaixador do Brasil em Londres, Roberto Campos, para prestar explicações. Diplomático, Campos reafirmou a posição de neutralidade do Brasil durante o conflito e ofereceu emprestar dois P-95 e 11 de Xavantes aos britânicos, caso também fossem requisitados.

Veja mais: Argentina adia compra de novos caças

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  1. Gostei da última frase do diplomático embaixador brasileiro na Inglaterra. Brasileiro, político e liso desde lá trás.

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