Argentina deve retomar negociação por caças de Israel

País negocia desde 2015 a aquisição de caças supersônicos IAI Kfir atualizados
Entre as décadas de 1970 e 1980, o Kfir foi o principal caça de Israel (IAF)
Entre as décadas de 1970 e 1980, o Kfir foi o principal caça de Israel (IAF)
Entre as décadas de 1970 e 1980, o Kfir foi o principal caça de Israel (IAF)
Entre as décadas de 1970 e 1980, o Kfir foi o principal caça de Israel (IAF)

Os céus da Argentina são atualmente um dos mais desprotegidos entre as nações da América do Sul. Sem aeronaves de combate apropriadas desde 2016, com a desativação dos últimos Mirage III e A-4 Skyhawk, o país vem tentando desde 2015 negociar a compra de caças IAI Kfir, de estoques de Israel.

Segundo o site FlightGlobal, as negociações, abandonadas no ano passado pelo governo de Cristina Kirchner, devem ser retomadas pelo presidente Mauricio Macri. Como aponta a publicação, o país tem planos de adquirir de 12 a 14 caças Kfir, aeronave já aposentada pela força aérea de Israel, mas que já foi utilizada em combate pelo país em diversas oportunidades.

A Argentina busca adquirir o Kfir “Block 60”, a versão mais moderna do caça israelense. Fontes consultadas pela publicação afirmam que o valor das aeronaves é o principal obstáculo na negociação, mas “não o único”. Os outros motivos, porém, não foram divulgados. A negociação das aeronaves, componentes de reposição e suporte logístico é avaliada em cerca de US$ 350 milhões.

O Kfir Block 60 conta com motores mais eficientes e radar atualizado, com sistema de varredura eletrônica e “arquitetura aberta”, o que permite a instalação de novos recursos. Além disso, as aeronaves desse lote passaram por uma revisão completa, que garante mais 1.600 horas de voo, algo como cinco ou 10 anos de operações.

Leãozinho de Israel

Em 1967, logo após a Guerra dos Seis Dias, Israel enfrentou um embargo de vendas de armas imposto pela França, que era seu tradicional fornecedorde material bélico. Cercado de ameaças e precisando reforçar seu arsenal, o país, por meio da Israel Aerospace Industries (IAI), decidiu desenvolver de forma independente seu próprio caça-bombardeiro.

O Kfir, que em hebraico significa “leãozinho”, é uma transformação radical (e até mais avançada) do caça francês Dassault Mirage III/5. Seu desenvolvimento começou de forma secreta e em várias fases Israel conseguiu desenhos de projetos de sistemas e motores por meio de ações de espionagem.

A aeronave da IAI foi uma das mais letais em conflitos que aconteceram na década de 1970 e 1980, em especial da Guerra do Yom Kippur, quando os Kfir abateram mais de 100 aviões do Iraque, Síria e Egito, praticamente aniquilando as forças aéreas desses países por quase uma década. A aeronave israelense está em serviço atualmente com as forças aéreas da Colômbia, Equador e Sri Lanka.

Veja mais: Os caças do terceiro mundo

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  1. Na verdade os israelenses roubaram os planos de fabricação do Mirage III e como não faltava mão de obra altamente qualificada (engenheiros e técnicos) nasceu o Kfir. Que se danem os franceses pois quando voce mais precisa de um fornecedor os caras te dão cano!! Hoje a indústria de armamentos de Israel compete com as grades potencias, ombro a ombro em termos de tecnologia, variedade de produtos e preço. Moral da historia…é na adversidade que se forjam os fortes!

  2. Bom, os países da américa do sul não precisam de caças táticos sofisticados. São nações cujos inimigos são seus próprios cidadãos. Talvez para interceptação de aviões de traficantes. E para isso, o super-tucano sobra. A única aplicação que eu posso imaginar para caças com alta capacidade e velocidade são para o caso de sequestro de jatos comerciais. Raríssimas, ainda bem.

  3. E se esta aquisição der certo, no final das contas os argentinos estarão melhor equipados que o Brasil, e por um custo bem menor que aquele gasto com os caças suecos.

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