O governo das Ilhas Falkland (ou Ilhas Malvinas, para os argentinos) acusaram a Argentina de dificultar o retorno dos voos da Latam Airlines entre São Paulo (SP) e o arquipélago no Atlântico Sul.
A rota da Latam entre o Brasil e as ilhas de controle britânico foi suspensa em março de 2020 devido às restrições da pandemia de Covid-19. O trecho era operado em frequência semanal com jatos Boeing 767 e uma vez por mês haviam escalas na Argentina, em Río Gallegos e Córdoba.
A administração do arquipélago afirmou em comunicado que vem tentando reestabelecer a ligação aérea com o Brasil desde o início do ano passado. No entanto, apesar do acerto de várias reuniões sobre o tema, o governo argentino cancelou ou adiou todos os encontros.
As autoridades da ilha esperavam repetir o sucesso que tiveram com os voos semanais a partir do Chile, que foram retomados em julho de 2022 após um hiato de quase dois anos, também por conta da pandemia de Covid-19.
Membro da Assembleia Legislativa das Ilhas Falkland, Mark Pollard, pelo Twitter, classificou como “terrorismo econômico” a atitude de Buenos Aires em dificultar as negociações para a retomada da ligação aérea entre o Brasil e o arquipélago.
Just another example of the economic terrorism inflicted on our people 16,000 times smaller in number than than theirs. But still always the more grown up party. https://t.co/1dDdbuGP0m
— Mark Pollard 🇬🇧🇫🇰 (@markpollardfi) January 31, 2023
“O governo da Argentina continua negando nossa autodeterminação e aproveita todas as oportunidades para impor sanções ao nosso povo e nos punir coletivamente por exercer legitimamente nossos direitos democráticos”, disse Pollard, em comunicado oficial da ilha.
Qualquer tentativa de conectividade de transporte entre as Ilhas Falkland e destinos na América do Sul requer discussões com o governo do arquipélago, do Reino Unido e da Argentina.
Vista grossa da Argentina
As Ilhas Falkland estão a apenas 480 km da costa da Argentina, mas o governo da Casa Rosada raramente aprova propostas de voos para as ilhas britânicas no Atlântico Sul a partir de seu território. Buenos Aires reivindica a posse do arquipélago, o qual chama de Ilhas Malvinas, há mais de um século, razão que levou o país a uma guerra contra o Reino Unido, em 1982.
Os caminhos mais curtos e seguros de qualquer voo que parta de um país da América do Sul para as Ilhas Falkland passam pelo espaço aéreo da Argentina. O país, porém, proíbe a maioria das tentativas de voos comerciais para a região passando por seu território e costuma reclamar de países vizinhos que permitem paradas de aviões britânicos a caminho do arquipélago.
Ficou uma dúvida: a restrição é apenas para os voos com escala em Rio Gallegos e Córdoba?
Acho que a Argentina tem coisas mais importantes por fazer internamente (e.g., crescente pobreza da sua população, recordes mensal do indice de inflação, corrupção, etc.) ao invés de interferir em assuntos de outros países.
Parafraseando recente expressão de um juiz, sobre a pretensa reinvidicação argentina sobre um território Britânico: “PERDEU MANÉ”.