Mais conhecido por atrasos no projeto e problemas técnicos do que propriamente por suas qualidades e desempenho, o jato argentino IA-63 Pampa III da FAdeA (Fabrica Argentina de Aviones) agora disputa seu espaço no mercado militar estrangeiro.
Segundo o jornal argentino Ámbito, a exportação da aeronave foi discutida pela fabricante e potenciais clientes durante a México Aerospace Exhibition 2019 (FAMEX), realizada na semana passada na base aérea de Santa Lucia, na região metropolitana da Cidade do México. De acordo com a publicação, o jato interessa às forças aéreas do México, Peru e Equador.
O jornal também cita os diferentes modelos de negociação para oferecer o Pampa III no mercado internacional. A aeronave pode ser vendida com apoio logístico e de manutenção do fabricante, venda com co-produção nacional e até leasing (com pagamento por hora de voo), um formato que vem ganhando espaço no nicho de aviões de treinamento em forças aéreas de países desenvolvidos.
Dos países interessados no Pampa III citados pela publicação, o que poderia ter mais chances de concretizar o negócio é o México, seguindo o modelo de co-produção. O motor do avião argentino, inclusive, é produzido no país da América do Norte, nas instalações da Honeywell Aerospace, em Chihuahua. Outras aeronaves de treinamento avançado analisadas pelos mexicanos são o Embraer Super Tucano, o Beechcraft Wolverine e o jato sul-coreano KAI T-50, aponta o jornal.
A publicação ainda afirma que o Pampa III interessa ao mexicanos por duas razões: é uma aeronave barata (cada unidade é avaliada em cerca de US$ 10 milhões) e que atende os padrões de treinamento avançado e também pela sua integração do radar associado ao sistemas de armas, o que permite ao jato cumprir missões de ataque leve.
Flecha argentina
O Pampa é o filho mais novo de uma antiga linhagem de caças a jato fabricados pelos argentinos – a Argentina foi um dos países pioneiros na construção de jatos.
A aeronave foi desenvolvida entre o final dos anos 70 e início dos 80 para atender um pedido da Força Aérea Argentina (FAA) para um novo avião de treinamento avançado. O primeiro protótipo voou em 6 de outubro de 1984.
O avião foi desenvolvido originalmente pela FMA (de Fábrica Militar de Aviones), criada pelo governo da Argentina, e posteriormente renomeada como FAdeA (Fábrica Argentina de Aviones). A fabricante argentina ainda teve ajuda da alemã Dornier no início do projeto. Não por acaso, o design do Pampa tem forte influência do Alpha Jet e parece uma versão reduzida do jato anglo-francês.
A demora na introdução da aeronave e a continuação de seu desenvolvimento, porém, são grandes manchas na carreira do Pampa. Programas de modernização e sua implementação na FAA sempre atrasaram ou foram cancelados. Em mais de três décadas de produção, menos de 30 aviões foram entregues.
Todos os Pampa ficam baseados na base da FAA em Mendoza, onde operam como aviões de treinamento avançado. O jato argentino também tem certa capacidade de combate, com opções de ser armado com um canhão de 30 mm, bombas e foguetes.
Nos anos 90, o Pampa viveu um de seus maiores momentos de evidência quando concorreu no programa de aeronaves de treinamento primário da força aérea dos Estados Unidos. Nessa época, a ainda FMA era controlada em forma de concessão pela Lockheed Martin. O grupo entrou na disputa com o Pampa 2000, mas o avião argentino perdeu para o turbo-hélice T-6 Texan II, da Beechcraft.
A versão mais recente da aeronave, o Pampa III, pode utilizar praticamente todo o leque de armas do A-4AR, versão argentina do veterano caça-bombardeiro A-4 Skyhawk. As duas aeronaves compartilham o mesmo software de armamentos. As duas primeiras unidades do novo Pampa foram entregues em fevereiro deste ano.
FAB precisa de muito deste com urgência para os pilotos do Gripen. graças a moceia Rousseff o programa FX-3 foi morto.