O governo argentino teria decidido encomendar o caça sino-paquistanês JF-17 ‘Thunder’ como substituto dos Mirage III na função de defesa aérea do país vizinho.
A informação foi revelada pelo perfil AEROSINT Division PSF, que afirma que a Argentina já incluiu o acordo de compra de US$ 664 milhões (cerca de R$ 3,5 bilhões) em uma minuta do orçamento de 2022.
O orçamento deverá ser apreciado pelo congresso argentino e prevê o desembolso do valor em três anos. Segundo o documento, serão 12 caças JF-17 Thunder do Bloco III (10 aviões de um lugar e dois jatos com dois assentos).
Caso seja confirmado, o acordo colocaria um ponto final na concorrência que incluía também o MiG-35, oferecido pela UAC. A Argentina chegou a escolher o caça sul-coreano FA-50, da KAI, porém, a empresa não conseguiu convencer o governo do Reino Unido a permitir o uso dos assentos ejetáveis fabricados no país europeu.
Curiosamente. a escolha do JF-17 passa pela mesma situação já que ele também utiliza os assentos ejetáveis da britânica Martin-Baker.
Em maio, representantes da CATIC, companhia chinesa de exportação, estiveram na Argentina para negociar os termos de um possível acordo, entre eles parte da montagem das aeronaves na FADEA, fabricante local.
Aviões A-4 improvisados
O JF-17 é um caça monomotor leve desenvolvido pela PAC com apoio da chinesa Chengdu. O primeiro protótipo voou pela primeira vez em 2003 e entrou em serviço na Força Aérea do Paquistão em 2007, de longe, sua maior operadora. O jato também voa em Miamar e recentemente foi entregue à Nigéria.
O caça original é propulsiona por um Klimov RD-39, um motor derivado do RD-33 que equipa o MiG-35, mas o Bloco III deverá receber um turbofan chinês WS-13 no futuro.
Entre os armamentos usados estão o míssil ar-ar PL-10, que opera em conjunto com radares AESA. A Chengdu repassou vários sistemas dos caças J-10 e J-20 para o JF-17 na variante mais atual. Ele pode atingir Mach 1.6 e tem um raio de combate de até 1.352 km. O primeiro caça do Bloco II realizou o voo inaugural em janeiro de 2020 e estaria prester a entrar em produção.
A Força Aérea da Argentina não possui um caça supersônico desde 2015, quando retirou de serviços seus últimos Dassault Mirage III. O papel de interceptador é feito hoje de forma improvisadas por aeronaves de ataque subsônicas A-4.
Que lástima!